A cultura de fulanização da política é o grande problema dessa geração que herdou um modelo de eleições passional e pouco propositivo, não consegue ir além da superficialidade sem comprometer apoio popular e ainda é obrigada a conviver com o estigma de corrupção construído por gerações anteriores.
Em resumo, pouco espaço para aprofundar discussões sobre modelos de sociedade e de políticas públicas. Não a toa, entraremos numa eleição municipal com discussões que vão de sobrenomes e tradição familiar, passando por quem é contra ou a favor(???) da corrupção, até quem gosta ou quem não gosta do presidente.
Enquanto isso, milhares de famílias aguardam soluções para o saneamento, falta de habitação, engarrafamentos, abandono de espaços públicos e falta de investimento em turismo e infraestrutura das cidades.
A platitude eleitoral, de texto sem contexto, é resultado da falta de uma reforma Política, que deveria ser tão urgente quanto são todas as outras reformas, mas que não evolui porque do jeito que está, para alguns, vai bem.
O raso é ideal para quem não sabe nadar.
Tivéssemos uma reforma que obrigasse a discussão política a ser aprofundada, teríamos espaço para homens e mulheres com experiência e conteúdo, além de moral.
É preciso tornar a política um ambiente propício para os bons.
A reforma Política deveria ser tratada como a reforma das reformas. Porque não se muda nada numa democracia fora da política. E o Brasil, nesse caso, tem problemas de origem.
Hoje há pouco espaço para os bons, dentro de uma sociedade preparada somente para gritar e levantar bandeiras sem discutir ideias.
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