É sempre curioso observar políticos jovens agindo como os tradicionais enquanto fingem que estão mudando o mundo. São os revolucionários da retórica de sempre.
Uma das habilidades da arte política tradicional é saber transformar derrotas em vitórias ou, na maioria das vezes, fingir que fez isso. Quando não se tem a chance de conseguir, nem de fingir, sobra ao jogador aceitar.
Ou furar a bola e sair correndo.
Na coletiva de imprensa dessa sexta-feira (11), na qual anunciou o apoio ao PSB no Recife, Túlio Gadêlha (PDT) inovou.
Ele furou a bola, escondeu o apito do juiz, e seguiu jogando, como se nada tivesse acontecido.
Em 70% da entrevista, o deputado federal fez críticas ao PSB, listou as vezes em que os socialistas tomaram decisões, para ele, erradas, reclamou das falhas na administração do Recife. E, em seguida, disse que iria apoiar o PSB e estava indicando um vice.
O vice indicado é Rodrigo Patriota (PDT) que é um crítico às gestões do PSB.
O PSB, por sua vez, não poderá aceitar a indicação e Túlio, que disse estar tomando a decisão por pressão da nacional, segue fingindo que o jogo continua.
O comentário de um analista local: "Se isso for a tal da nova política, institucionalizaram a birra como estratégia eleitoral".
Pois é.
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