O discurso do presidente Jair Bolsonaro na abertura da Assembleia Geral da ONU é um clássico exemplo de comportamento dissimulado. Aquele garoto sonso que faz tudo errado na ausência dos adultos e depois se põe em evidência para fazer um relatório aos pais explicando que "tudo foi culpa dos irmãos".
Curioso o presidente que sempre faz pouco caso da ONU, comportar-se perante eles com a necessidade de dissimular algo. É uma luz no fim do túnel de desrespeito à ordem mundial? Talvez. Se a análise tivesse a intenção de mergulhar no subconsciente bolsonarista. Não é o caso.
Na superfície, em 14 minutos de falação, Bolsonaro disse coisas como:
"O óleo derramado no litoral em 2019 é da Venezuela e chegou à costa após derramamento 'criminoso’;
A floresta amazônica é úmida e só pega fogo nas borda;
Os responsáveis pelas queimadas são 'índios' e 'caboclos’;
Orientações para as pessoas ficarem em casa na pandemia 'quase' levaram o país ao 'caos social’;
O Brasil é um país cristão e conservador e a 'cristofobia' deve ser combatida".
Entre afirmações que não pode provar, absurdos sem base na realidade, desrespeito com brasileiros e estrangeiros, houve ainda uma soberba desrespeitosa com nações que compram do Brasil.
Em determinado momento disse que "o mundo, cada vez mais, depende do Brasil para comer".
O presidente conseguiu, outra vez, apresentar-se ao mundo mais como garoto mimado do que como líder mundial.
O presidente reclama pelo Brasil não ser respeitado como deveria, mas não contribui em nada para isso.
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