Desde a redemocratização, é a primeira vez que a eleição acontece sem coligações na disputa pelo Legislativo. O problema é que a regra não "subiu o monte" para alcançar as chapas majoritárias e isso está criando uma distorção e pode gerar dor de cabeça para candidatos que conseguiram formar palanques muito extensos.
Sem coligação, os votos que o candidato de um partido recebe só servem para ele e para os candidatos do mesmo partido, apesar de eles estarem no palanque majoritário com outras siglas.
Em Pernambuco, candidatos a prefeito com 12, 14, 15 partidos coligados, além da busca por votos, terão que enfrentar o ciúme e as acusações de que o grupo A está recebendo mais apoio do que o grupo B.
No período pré-eleitoral, a grande discussão era a necessidade de cada partido ter um candidato majoritário, para chamar atenção e eleger um bom número de vereadores com a visibilidade alcançada.
Observemos o exemplo do Recife. João Campos (PSB) reuniu 12 partidos. O que os vereadores de outros partidos pensam é: teremos a mesma atenção e visibilidade que os candidatos do PSB? O mesmo acontece com Raquel Lyra (PSDB), em Caruaru, e com Miguel Coelho (MDB), em Petrolina.
No Recife, candidatos a vereador que estão na Frente Popular têm recebido contatos de outros candidatos, oferecendo apoio em troca de votos. E o campo está fértil, porque há muitos insatisfeitos.
Do outro lado, o PSB começou a marcar reuniões com os partidos aliados para planejar a campanha e garantir.
Porque, às vezes o corpo está lá, mas a alma não.
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