Eleições 2020

Distanciamento com o governo federal prejudica população. Nega-se na campanha, depois é outra história

Ausência de Paulo Câmara na visita do presidente a Pernambuco chama atenção. Era a inauguração de uma obra feita em parceria com o Estado. Na prefeitura pode acontecer o mesmo depois?

Igor Maciel
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Igor Maciel
Publicado em 01/10/2020 às 17:34 | Atualizado em 02/10/2020 às 11:45
DOM MENEZES/SJCC INTERIOR
Enquanto Bolsonaro estava no Sertão, Câmara participava da inauguração do Hospital Eduardo Campos da Pessoa Idosa, no Recife. - FOTO: DOM MENEZES/SJCC INTERIOR

Esta semana, durante audiência na Alepe, o deputado Antônio Coelho (DEM) criticou a falta de articulação do governo de Pernambuco com o governo Federal e apontou ser esse o motivo de os recursos estarem chegando em menor volume para o Estado.

Na visita do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a PE, nesta quinta-feira (01), a ausência impossível de não ser notada foi a do governador Paulo Câmara (PSB).

Seria natural se fosse, oficialmente, um evento político. Não era. Tratava-se de uma inauguração do trecho de uma obra de abastecimento de água. A obra é do governo do Estado, com execução do Dnocs, verbas do governo Federal.

Paulo Câmara não recebeu convite.

É verdade que foi uma atitude descortês e nada republicana de Bolsonaro. Para quem ainda espera isso dele, boa sorte.

Mas, não há como negar que evidencia bastante a razão das críticas de Antônio Coelho ao distanciamento. Ele está certo. E Pernambuco pode perder com isso.

Durante essa campanha, na capital, um dos assuntos recorrentes diz respeito à capacidade que o eleito terá para dialogar com o governo Federal e trazer verbas para o Recife.

João Campos (PSB), por exemplo, precisa responder isso sempre e diz que não terá problemas em dialogar.

Marília Arraes (PT) disse o mesmo.

Na campanha cabe tudo. Na prática, porém, se forem eleitos e o voto não estiver em jogo, pressões partidárias e ideológicas acabam tendo um peso maior.

É quando a população começa a ser prejudicada.

E Bolsonaro será presidente por, no mínimo, mais dois anos.

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