Eleições 2020

O bom candidato é supérfluo nas eleições. O brasileiro gosta de boas histórias, verdadeiras ou não

Conquistar é mais difícil do que pedir, principalmente para quem se constrange quando precisa ser falacioso, quando precisa mentir, quando precisa atuar.

Igor Maciel
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Igor Maciel
Publicado em 22/10/2020 às 7:35
MARCELLO CASAL JR / AGÊNCIA BRASIL
O prazo para regularizar a situação eleitoral se encerra no dia 4 de maio - FOTO: MARCELLO CASAL JR / AGÊNCIA BRASIL

Há candidatos que nasceram para pedir votos e outros que sabem conquistá-lo. Pedir e receber é diferente de conquistar.

Na primeira modalidade, ele está ali, disponível, aguardando uma proposta que se encaixe para seguir na urna o caminho que é dele, quase que por destino.

O candidato que pede, mas não sabe conquistar, costuma ser o melhor nome, o mais preparado, o mais inteligente e com mais conteúdo.

Mas, quando ele tem juízo, passa a vida enfileirando mandatos no Legislativo e não arrisca ir além.

O problema é quando ele resolve ser candidato a um cargo no Executivo. Porque para ser prefeito, governador ou presidente, ser um bom candidato não é suficiente.

Em primeiro ou em segundo turno, na maioria das vezes, é preciso ter mais do que 50% dos votos válidos. E isso você só consegue conquistando.

Conquistar é mais difícil do que pedir, principalmente para quem se constrange quando precisa ser falacioso, quando precisa mentir, quando precisa atuar.

O voto em massa depende de um enredo emocionante, de um testemunho de "superação incrível". É preciso ser um personagem de novela, para que as pessoas chorem e se identifiquem com o roteiro de sofrimento do candidato, mesmo que ele nunca tenha sofrido na vida.

O eleitor, em sua maioria, vota mesmo é em boas histórias.

No Brasil real, o bom candidato é um supérfluo.

 

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