O debate da Rádio Jornal com os candidatos a prefeito de Petrolina não contou com o atual prefeito e candidato à reeleição, Miguel Coelho (MDB).
Com pesquisas internas mostrando que ele teria mais de 70% de intenção de voto, considerando o que seriam votos válidos, o candidato preferiu não aparecer e evitar confronto com os adversários.
Nos anos do regime militar, sonhava-se com discussão de ideias e oportunidades iguais para que candidatos pudessem ser transparentes com seus eleitores.
Hoje que se conquistou essa oportunidade, é uma pena que alguns ainda prefiram esconder-se, preocupados em evitar críticas, tentando evitar o contraditório.
O contraditório que é, sem dúvida, a principal ferramenta de desenvolvimento e de evolução da democracia, e da humanidade, mas assusta tanto aqueles que não estão preparados o suficiente ou não se sentem seguros de que estão.
Nesses casos, candidatos com muita vantagem em pesquisas que têm feito isso, como Miguel em Petrolina e como Raquel Lyra (PSDB) em Caruaru, ao justificarem que não vão porque serão atacados pelos adversários, desrespeitam o eleitorado, inclusive o próprio eleitorado.
"Afinal, o meu candidato que eu acho tão bom, teve medo de discutir com os adversários?", pode perguntar o eleitor.
Imagine o torcedor de um time que vai ao estádio, compra o ingresso e espera ver um show dos jogadores. Imagine que os jogadores, no hotel, decidem que não vão pro estádio, "porque os adversários são muito violentos, batem muito e eles não vão pra lá se desgastar", afinal o campeonato está praticamente garantido.
Falta de respeito? Pois é. Com a organização do campeonato, com os adversários, com o juiz e com a própria torcida.
Candidato distribui adesivo, espalha bandeira e quer que os eleitores se comportem como se fossem uma torcida organizada. Podiam ao menor ter a mesma consideração que o time tem com seus torcedores.
Mas não. São capazes até de faltar ao jogo, pra não se desgastar. E a torcida que entenda e fique feliz.
Comentários