Eleições 2020

Decisão de limitar campanhas é correta. Estava uma bagunça. Desafio é fiscalizar "alternativas"

Alternativa pode ser uso de redes sociais e disparos de Whatsapp ou até carros de som nas comunidades, perturbando ainda mais o sossego

Igor Maciel
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Igor Maciel
Publicado em 30/10/2020 às 18:53
MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL
Participaram da disputa pelo lote a Tim e a Vivo, com lances de R$ 331 milhões e R$ 321 milhões, respectivamente - FOTO: MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL

Quando o TRE-PE tomou a acertada decisão de suspender eventos com público nas eleições, o fez num momento que certamente vai causar interferências no resultado.

É bom repetir para fixar bem e não ser acusado de criticar a Justiça: foi uma decisão acertada.

Vale também uma defesa a mais: apesar de todos os municípios estarem com campanhas que desrespeitavam as normas, o aumento na média móvel de casos de covid-19 só aconteceu há poucos dias.

A medida foi geral porque a bagunça estava generalizada. Os candidatos, hoje, no Recife, por exemplo, anunciaram que estavam interrompendo a campanha de rua para respeitar normas, "como sempre respeitaram". É uma mentira.

Todos os principais candidatos desrespeitaram normas sanitárias e colocaram os eleitores em risco nas últimas semanas. Quem quiser conferir, acompanhe as redes sociais.

Porque não adianta posar de máscara quando se está abraçado com 15 pessoas, espremidas ou quando se aperta a mão de todo mundo que passa durante uma carreata.

Sem falar nos "arrastões" feitos no interior, com milhares de pessoas vestidas da mesma cor, algo muito mais tribal do que eleitoral. Se é que há diferença no Brasil.

Mas que o resultado da eleição será impactado, isso será.

Tomada agora, a decisão de interromper a campanha de rua, a princípio, facilita a vida de quem está à frente nas pesquisas, mas até isso ainda é difícil de prever.

Quem está tentando subir, precisa se virar. E a saída que eles vão encontrar precisa ser bem fiscalizada.

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