Situações extremas podem fazer gente sabida falar bobagem.
Depois de um 1º turno que parecia uma louvação aos mortos, o 2º turno se assemelha a uma grande reunião mediúnica.
Todo mundo agora sabe o que "Miguel Arraes diria" ou o que "Eduardo Campos diria" se estivessem aqui vendo a campanha do Recife. Há uma disputa paralela na eleição: saber quem era mais próximo e quem sabe mais o que eles pensavam quando vivos, estejam hoje no PT ou no PSB.
E no extremo do expediente, desejosos por cumprir algum papel nessa disputa familiar ridícula que se sobrepôs à disputa pela gestão do Recife, passaram do ponto.
Este colunista não cobriu o governo Arraes, nem foi amigo ou confidente dele, porque não tem idade para isso.
Mas, não precisa ter convivido, almoçado ou carregado malas de Miguel Arraes para saber das alianças que ele fez. Basta pesquisar.
Arraes sempre buscou em dissidentes das forças conservadoras os votos que não tinha na esquerda. A esquerda ele já tinha. Por isso, não devia ser novidade para os "arraesistas" tão íntimos, que em 1962 Arraes se elegeu governador com Paulo Guerra como vice. Guerra veio do antigo PSD e no regime militar foi para a Arena.
Em 1986, o candidato a senador na chapa de Arraes foi o usineiro Antônio Farias, que antes havia sido prefeito, nomeado pelos militares.
Arraes, como Eduardo, era um pragmático.
Esse purismo fantasioso dos últimos dias só faz mal ao Recife, que é o que devia importar.
Vale para as duas campanhas.
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