Moral provisória e eleição

Publicado em 25/11/2020 às 2:00
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Descartes, em Discurso do Método, propõe o que ele denomina de "três regras da moral provisória". Trata-se de um pequeno manual sobre como lidar com situações em que é preciso agir, mesmo não tendo ainda um juízo claro sobre a maneira certa de agir. A primeira regra é obedecer as leis e costumes, além de tomar decisões baseadas na média das opiniões dos homens mais sensatos com os quais se convive. A segunda regra é ser firme nas ações e nas opiniões escolhidas, sem fraquejar. Algo como: "se está perdido numa floresta, ande em linha reta, nunca em círculos". E a terceira é nunca contar com a sorte e procurar vencer a si próprio. Mudar os próprios desejos e não a ordem do mundo. Ponderação, assertividade e resiliência. Partindo desse pensamento, entre vários outros, René Descartes criou o que hoje se conhece como método científico moderno. Na eleição do Recife, o que parece é que o PSB não sabe a maneira certa de agir, está experimentando o eleitorado entre uma denúncia e outra, vendo o que pode fazer para reverter a vantagem de Marília (PT). Dentre as regras de Descartes, João Campos (PSB) age com a ponderação necessária ouvindo os aliados, tenta ser assertivo ao defender suas ideias, mas parece ter perdido a mão ao não encontrar, por enquanto, o resultado desejado. O tempo muito curto de campanha faz com que se queira insistir em mudar, sob força, a ordem do mundo, na forma em que ele se encontra.

E, a força, nem sempre resolve.

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