Mesmo quando o campo é vasto e há muito espaço para avançar, mesmo quando não há inimigos e todos estão apenas esperando uma atitude humana, ele cava um buraco, se joga dentro, e atira para todos os lados, defendendo sua posição.
Bolsonaro, que nunca foi numa guerra, tem mentalidade de trincheira. Aliás, pra ser mais exato, tem obsessão por trincheiras.
Numa guerra de verdade, ele seria dispensado e encaminhado para um analista.
Viver cavando trincheiras, leva qualquer um ao isolamento. E a solidão é muito perigosa quando se é presidente da República. Porque obriga uma nação a se isolar.
Um exemplo desse comportamento e das consequências: Bolsonaro, até o momento em que esse texto está sendo escrito, ele ainda não ligou para reconhecer e parabenizar o novo presidente dos EUA, Joe Biden.
Não é o único.
Além de Bolsonaro, figuras como Nicolas Maduro, da Venezuela, e Kim Jong-un, da Coréia do Norte, também não ligaram.
São, claro, companheiros de trincheira questionáveis.
O problema é que isso traz consequências para o futuro. Bolsonaro coloca o Brasil numa posição ruim. A dificuldade não é só econômica, porque os EUA não vão deixar de fazer negócios com um mercado do tamanho do Brasil, por causa de um presidente que, como eles sabem bem, vide Trump, é passageiro.
Mas a imagem do país no cenário internacional, algo difícil de ser construído, fica melada e passa a sofrer sanções que podem durar mais do que um simples mandato.
Bolsonaro é o sujeito que não leva jeito para conviver com outros humanos. E sabe tanto disso que vive se jogando em trincheiras para passar seus dias.
Mas quando ele puxa todos os brasileiros para viverem como entrincheirados, passa dos limites. E isso vale tanto para as relações internacionais quanto para o negacionismo com a covid-19 e as confusões que ele tem criado com a vacina no Brasil.
O presidente precisa ser dispensado e precisa fazer análise.
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