O problema de João Campos (PSB) foi falar em "choque de gestão", como se fosse uma grande mudança o que iria acontecer.
Fala-se muito em descer do palanque após a eleição. Todo candidato tem dificuldade pra pisar nesses degraus em trajetória descendente voltando à realidade.
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Alguns fazem isso brigando, mantendo armas em punho e atirando para todos os lados. Outros esquecem que, fora do contexto eleitoral, frases de efeito e expressões chamativas como "choque" e "virada" não irão trazer mais votos, além de colocarem a imagem do sujeito em risco.
São os que não conseguem desligar o botão do marketing.
Muito melhor do que uma expressão bonitinha pra usar, é não ter que ficar explicando ela depois.
Quando se anunciou que o "choque de gestão" do novo prefeito do Recife traria uma economia de R$ 78,00, lá vai o futuro gestor da cidade explicar que "não é bem assim".
E aí, se entende que no mundo das redes sociais, o estrago dá a volta ao mundo enquanto o "não é bem assim" ainda está amarrando o cadarço.
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Apesar do resultado pífio, Campos conseguiu diminuir o número de secretarias e se aproximar das 17 pastas da época de João Paulo (PT), terá 18. Mas tem os custos.
A reforma terá uma secretaria a menos e quase o mesmo gasto, porque ele extinguiu 520 cargos com salários mais baixos (de R$ R$ 1.045 até R$ 12 mil), mas criou 295 cargos com salários entre R$ 9 mil e R$ 17 mil. É menos gente, ganhando mais.
A economia que se promete fazer em janeiro já teria que ser substancial e agora terá que ser estrondosa, pra compensar os R$ 78,00 e justificar o tal "choque de gestão".
É o problema de não desligar o botão do marketing.
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