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Fim da Lava Jato não acaba com a candidatura de Sergio Moro. Ao contrário, o obriga a disputar pleito

Por maiores que sejam os escândalos do atual governo agora e no futuro, quando colocado em um 2º turno contra qualquer um, Bolsonaro será visto como o mais honesto dos seres na Terra. Graças ao trabalho e às legitimações que o desastrado Moro concedeu nos últimos anos.

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Igor Maciel

Publicado em 12/02/2021 às 12:00
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O fim da Lava Jato, numa derrocada que inclui ministros do STF trabalhando para deixar a operação exposta e tirar-lhe qualquer resquício de credibilidade, coloca Sergio Moro, o ex-juiz que virou ex-ministro, numa situação de obrigação moral com a própria candidatura à presidência.

Não apenas porque as pesquisas o colocam como melhor alternativa eleitoral contra Jair Bolsonaro, mas para tentar consertar os próprios equívocos que ajudaram a eleger o atual presidente.

Há vários fatores que compõem a vitória de Bolsonaro em 2018 e um deles foi ele ter absorvido o discurso de combate à corrupção. Moro e os procuradores da Lava Jato ajudaram nisso e o ex-juiz, ao se tornar ministro, legitimou.

Depois, com uma atuação errática no campo administrativo e desastrosa no campo político, Moro deu a Bolsonaro a chance de livrar-se do peso, mas ficou com a fama de honesto.

Diferente da mulher de César, numa eleição brasileira, basta parecer honesto para conseguir votos. Honesto 100%, como se diz por aí, "nem seria candidato".

Por maiores que sejam os escândalos do atual governo agora e no futuro, quando colocado em um 2º turno contra qualquer um, Bolsonaro será visto como o mais honesto dos seres na Terra. Graças ao trabalho e às legitimações que o desastrado Moro concedeu nos últimos anos.

O ex-juiz e ex-ministro precisa ser candidato. Nem que seja apenas para virar ex-candidato, depois. Mas precisa estar lá, ao menos, para não deixar que outros se apropriem do discurso anticorrupção indevidamente, outra vez.

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