Remendos

Gasto mínimo em Educação e Saúde não é discussão sobre gestão pública, mas sobre gestores ruins

A discussão é sobre a desonestidade e o patrimonialismo, presumidos, dos gestores brasileiros.

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Igor Maciel

Publicado em 23/02/2021 às 18:55 | Atualizado em 23/02/2021 às 18:55
Análise
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A discussão sobre manter ou não a obrigatoriedade de gastos mínimo com Educação e Saúde não é sobre a boa gestão pública.

É sobre maus gestores e sobre como eles estão em todos os lugares desse país.

Se fosse uma discussão sobre gestão, seria lógico defender que quanto mais liberdade o prefeito, governador ou presidente tiverem para investir de acordo com suas necessidades, melhor.

As necessidades de Caruaru, em Pernambuco, são diferentes das necessidades de Blumenau, em Santa Catarina, por exemplo.

Sem falar que a realidade de cada momento também é diferente. Uma cidade pode ter rede de saúde bem estruturada e precisar investir muito mais em Educação. Mas, não vai poder, porque se tirar dinheiro da saúde pra reforçar a educação e não cumprir os percentuais, é capaz de o gestor ir preso.

Quando dizem que os percentuais mínimos devem continuar, os defensores da medida afirmam que, não sendo assim, prefeitos vão usar o dinheiro em obras eleitoreiras e parar de investir nos setores essenciais.

A discussão não é sobre saúde e educação, nem é sobre gestão pública.

A discussão é sobre a desonestidade e o patrimonialismo, presumidos, dos gestores brasileiros.

No Brasil, nós nunca discutimos os problemas pelo motivo de origem, que normalmente é uma imensa falha de caráter de âmbito cultural.

Nunca discutimos a cura, mas a necessidade do remendo.

Assim, não há quem viva bem.

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