Como destruir um partido
O PSDB e o problema da falta de credibilidade construída sobre os desejos privados de seus membros
A receita para destruir um partido passa por uma boa dose de vaidade, com pitadas generosas de individualismo, patrimonialismo e ausência de senso de realidade.
Cadastrado por
Igor Maciel
Publicado em 24/02/2021 às 16:19
| Atualizado em 24/02/2021 às 16:20
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A receita para destruir um partido passa por uma boa dose de vaidade, com pitadas generosas de individualismo, patrimonialismo e ausência de senso de realidade. Foi o que aconteceu com o PSDB ao longo dos anos.
Após a eleição de 2018, o pernambucano Bruno Araújo (PSDB) assumiu a presidência da sigla e a principal promessa era "tirar o partido de cima do muro". Ao invés disso, a impressão que se tem é de que o PSDB desceu do muro, não sabe de que lado e está de olhos fechados, andando em círculos sem a menor noção do que fazer.
O problema do PSDB nunca foi ficar em cima do muro. E é aí que, talvez, o engano começou. O problema do PSDB é que o partido inteiro, desde 2002, foi obrigado a virar passageiro de seu próprio ônibus. E o veículo sempre tem um motorista diferente, fazendo seu próprio caminho e não chegando a lugar algum.
Quando Serra foi candidato a presidente, era um desejo pessoal, quando Alckmin foi candidato, quando Aécio tentou ser presidente. Sempre foram desejos pessoais, disfarçados de construção coletiva.
Agora, o partido está (ou estava) em vias de ser utilizado, mais uma vez, como plataforma para o desejo pessoal de ser presidente. Agora, era João Doria (PSDB) quem exigia sua vez.
Esta semana, o PSDB postou nas redes sociais textos comparando Dilma Rousseff (PT) e Bolsonaro (sem partido). Tudo o que foi dito é verdade. E o Brasil precisa de um grande partido, para além dos da oposição atabalhoada ou do petismo que só pensa em Lula (PT), colocando-se com firmeza no cenário político.
Mas, em se tratando de PSDB, sempre é preciso perguntar: qual PSDB?
O de Aécio?
O de Doria?
O de FHC?
O de Alckmin?
Quando resolverem isso, continua-se a conversa.