Saúde

Novo ministro, Marcelo Queiroga chegou pra ganhar tempo com o Congresso e animar bolsonaristas

A principal função do novo ministro da Saúde será ganhar tempo com parlamentares e levar bolsonaristas na conversa enquanto as vacinas não chegam.

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Igor Maciel

Publicado em 16/03/2021 às 15:12
Análise
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Pernambuco registrou o maior número de casos e mortes desde o início do ano. São Paulo registrou quase 700 mortes nas últimas 24h. Teremos o pior mês de março da história e não foi por falta de aviso. Desde o início do ano, cientistas e infectologistas alertam sobre isso.

O governo Bolsonaro ignorou até onde podia. Erro maior foi cometido lá atras, quando Bolsonaro achava que as vacinas iam transformar o povo em jacaré e deixou de adquirir as doses.

A troca de ministro não deve mudar nada do que vinha sendo feito por Pazuello nos últimos dias, porque a mudança da negação para a aceitação, com a busca por vacinas, já havia sido iniciada.

O problema de Pazuello é que o Congresso estava prestes a instalar uma CPI para investigá-lo e isso atingiria Bolsonaro e o Exército.

Trocá-lo aliviou as coisas para dar tempo de as vacinas chegarem. Os deputados e senadores brasileiros, em sua maioria, trabalham com as consequências políticas do ambiente em que estão, sempre. Só dói o que os atinge e a falta de vacinação os atingiu. Quando a vacina chegar, esquecem o que passou.

O centrão queria indicar um novo ministro, aproveitando a necessidade de Pazuello sair, mas não conseguiu. A preferida de Arthur Lira (PP), Ludhmilla Hajjar, foi recusada e recusou o convite por "incompatibilidade técnica".

A verdade é que o ministro, fosse quem fosse, precisava "animar" a torcida bolsonarista falando sobre remédios fantasiosos, enquanto a vacina não chega. Hajjar não estava disposta ao papel.

O escolhido, com o apelo de ser chamado de ex-ministro por toda a vida futura, talvez esteja.

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