Cena Política

PSL ressurge como principal opção de partido para Bolsonaro, mas o equilíbrio da negociação mudou

Agora, é o PSL quem faz exigências. E Bolsonaro estuda se vai aguentar obedecer mais do que mandar.

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Igor Maciel

Publicado em 20/04/2021 às 9:28
Análise
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A decisão de Bolsonaro (sem partido) sobre voltar ao PSL, ou não, tem a ver com Lula (PT). O atual presidente tinha um roteiro bem definido sobre a escolha de um partido.

Seria uma sigla pequena, que ele pudesse controlar e que abrigasse todos os seus apoiadores.

Ter tempo de TV e Rádio não era tão importante, nem dinheiro, porque no acordo feito com outras siglas, para uma aliança, os partidos de centro poderiam fornecer isso.

Bolsonaro era o grande favorito, principalmente por estar na cadeira. Nesse contexto, era ele quem fazia exigências para os partidos candidatos a receberem sua corte. O PSL nem estava entre as maiores possibilidades.

Quando Lula ressurgiu no cenário, mudou tudo.

O petista já está à frente de Bolsonaro em pesquisas e começou a trabalhar para atrair os partidos do centro. Junte-se a isso a queda na popularidade de Bolsonaro.

Os partidos de centro pulam de barco que ameaça afundar.

Antes, o STF já havia começado a atuar contra a chamada milícia digital bolsonarista, que usa as redes sociais para atacar adversários e espalhar fake news.

Isso fez Bolsonaro precisar mais de Rádio e TV. Numa eleição, pode ser essencial contra a máquina de propaganda e de criação de narrativas do PT.

Foi aí que o PSL ressurgiu como opção, por ser o segundo maior partido do Brasil, ter dinheiro e tempo de TV e Rádio.

Só que, agora, o jogo virou. É o PSL quem faz exigências. E Bolsonaro estuda se vai aguentar obedecer mais do que mandar. 

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