O mergulho dos ministros caricatos no governo Bolsonaro. Destino de Ernesto e Weintraub fez Damares sumir
Hoje, escuta-se um silêncio tenso no ministério dos Direitos Humanos. A impressão que se tem é que Damares Alves nem respira, para não notarem que ela ainda está ali.
No começo do governo de Jair Bolsonaro (sem partido), dizia-se que a estratégia de atuação tinha sido montada com dois grupos.
Alguns ministros eram os sapateadores, ficavam na frente do palco animando a plateia e chamando a atenção com alguma maluquice projetada pra ganhar a mídia e distrair, enquanto outros trabalhavam de verdade.
Ernesto Araújo, Ricardo Vélez Rodríguez (depois, Weintraub) e Damares Alves, além do próprio presidente, sapateavam para que nomes como Tarcísio de Freitas, Mandetta, Sergio Moro e Paulo Guedes pudesse efetivar algo nas coxias.
Hoje, essa ideia parece insana, mas o plano existiu e chegou a ser posto em prática.
O problema é que o presidente Bolsonaro se indispôs com quase todo o time dos que estavam ali para trabalhar e não sapatear.
É verdade que cada um tomou uma posição diferente.
Sergio Moro rompeu e foi embora como "traidor".
Mandetta, por aparecer mais que o chefe, numa pandemia, sendo ministro da Saúde, foi demitido.
Paulo Guedes resolveu jogar no lixo décadas de estudo sobre liberalismo para abraçar políticas populistas de fazer inveja ao PT, porque não quer deixar de ser chamado de ministro.
E Tarcísio de Freitas ficou quietinho, fazendo o trabalho dele e tentando aparecer o mínimo possível pra não melindrar ninguém.
Por um momento, os sapateadores pareciam ter vencido a batalha interna por atenção. Aí, os escândalos começaram a pressionar o governo e Bolsonaro precisou se aliar ao centrão, que não queria dividir espaço no picadeiro.
Weintraub voou.
Ernesto Araújo voou.
E, hoje, escuta-se um silêncio tenso no ministério dos Direitos Humanos. A impressão que se tem é que Damares Alves nem respira, para não notarem que ela ainda está ali.