Cena Política

O curioso caso do PT que processa Bolsonaro por aglomerar e marca aglomerações pro dia seguinte

Já Bolsonaro foi ao STF porque quer restringir a restrição dos estados em meio a pandemia. Como se não houvesse 460 mil mortos como justificativa.

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Igor Maciel

Publicado em 28/05/2021 às 11:00 | Atualizado em 28/05/2021 às 21:23
Análise
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Nelson Rodrigues diz que ter um ouvinte é a maior utopia do ser humano. Por isso as igrejas são cheias. E, por isso, uma consulta com um psicanalista deveria valer um milhão.

O problema é que, para quem está no poder ou quer alcançá-lo, é necessário ter muito ouvintes e para tê-los, deixa-se de lado a lógica e a razão, fazendo o ouvinte de penico.

A informação é do dia 28 de maio. O PT protocolou notícia-crime no STF contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), pela participação dele em manifestações iguais às de domingo passado, o que “foge de seu escopo democrático quando configura grave risco à população”, tendo em vista a pandemia da covid-19.

Pois que, no dia 29, o PT e outros partidos de esquerda, utilizando grupos sociais e sindicatos organizaram manifestações em pelo menos 85 cidades do país, contra Bolsonaro.

Quando questionados, dizem que estão orientando as pessoas a manterem distanciamento e usarem máscaras. Como se isso resolvesse a questão. Outros, ainda mais cínicos, chegam a dizer com olhar doce de revolucionário adolescente que "o sacrifício, se for pela democracia, está justificado".

Em Pernambuco, somente depois de uma recomendação do Ministério Público na noite anterior ao evento, o PT anunciou que não iria mais participar. No estado, como se sabe está para faltar oxigênio nos hospitais.

E temos também Bolsonaro, que fez a Advocacia Geral da União entrar no STF para tentar derrubar decretos de restrição em estados, porque eles estariam, segundo o texto, restringindo o direito de ir e vir das pessoas. Como se não estivéssemos numa pandemia que já matou quase 460 mil pessoas.

Fosse o STF uma casa com algum senso de urgência para além dos holofotes, colocaria um aviso na porta: "Não somos penico".

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