Cena Política

Paulo Câmara manda na Polícia Militar ou não manda na Polícia Militar? Neste sábado, as duas questões preocupam

Seja qual for o conteúdo da explicação, será necessário lidar com as consequências e tomar atitudes para além do fato lamentável e grave que ocorreu neste sábado.

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Igor Maciel

Publicado em 29/05/2021 às 14:44 | Atualizado em 29/05/2021 às 14:52
Análise
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Até o momento em que este texto está sendo produzido, o governo de Pernambuco ainda não se pronunciou oficialmente sobre a ação da Polícia Militar, neste sábado, no Recife, contra manifestantes que realizavam protesto contra Bolsonaro.

É bom lembrar que manifestações favoráveis ao presidente da República foram realizadas ao longo dos últimos meses e nunca houve qualquer interferência da PM, apesar de termos uma pandemia há mais de um ano.

Importante ressaltar também que qualquer aglomeração, independente de lado, é condenável no momento em que vivemos. Mas a manifestação estava acontecendo, como outras aconteceram antes.

Dito isto, é preciso que o governador Paulo Câmara (PSB), pessoalmente, explique o mais rápido possível se a ação violenta contra os manifestantes por parte da Polícia Militar do Estado de Pernambuco foi autorizada ou iniciada a partir de uma ordem do governo.

Seja qual for o conteúdo do pronunciamento, será necessário lidar com as consequências e tomar atitudes para além do fato lamentável que ocorreu neste sábado.

Porque há dois cenários possíveis para o episódio:

1 - A Polícia Militar agiu contra os manifestantes sem receber nenhuma ordem do governo do Estado e a atitude é diversa da que sempre foi praticada em outras manifestações. Pior de tudo, demonstra que o governo do Estado não tem controle sobre a força policial que hoje conta com 17 mil homens, armados e equipados.

2 - O governo Paulo Câmara deu ordem para que a Polícia agisse contra os manifestantes, o que demonstra incapacidade de diálogo com os movimentos sociais e políticos para que a manifestação não acontecesse. O que também é muito grave, do ponto de vista político e democrático.

Em qualquer das hipóteses, e só há essas duas hipóteses para a dúvida sobre a Polícia ter agido com ou sem a ordem do governador de Pernambuco, as consequências são nefastas. 

Com a palavra, oficialmente, e não em vídeo no Instagram da vice-governadora, o governo de Pernambuco.

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