Paulo Câmara manda na Polícia Militar ou não manda na Polícia Militar? Neste sábado, as duas questões preocupam
Seja qual for o conteúdo da explicação, será necessário lidar com as consequências e tomar atitudes para além do fato lamentável e grave que ocorreu neste sábado.
Até o momento em que este texto está sendo produzido, o governo de Pernambuco ainda não se pronunciou oficialmente sobre a ação da Polícia Militar, neste sábado, no Recife, contra manifestantes que realizavam protesto contra Bolsonaro.
É bom lembrar que manifestações favoráveis ao presidente da República foram realizadas ao longo dos últimos meses e nunca houve qualquer interferência da PM, apesar de termos uma pandemia há mais de um ano.
Importante ressaltar também que qualquer aglomeração, independente de lado, é condenável no momento em que vivemos. Mas a manifestação estava acontecendo, como outras aconteceram antes.
Dito isto, é preciso que o governador Paulo Câmara (PSB), pessoalmente, explique o mais rápido possível se a ação violenta contra os manifestantes por parte da Polícia Militar do Estado de Pernambuco foi autorizada ou iniciada a partir de uma ordem do governo.
Seja qual for o conteúdo do pronunciamento, será necessário lidar com as consequências e tomar atitudes para além do fato lamentável que ocorreu neste sábado.
Porque há dois cenários possíveis para o episódio:
1 - A Polícia Militar agiu contra os manifestantes sem receber nenhuma ordem do governo do Estado e a atitude é diversa da que sempre foi praticada em outras manifestações. Pior de tudo, demonstra que o governo do Estado não tem controle sobre a força policial que hoje conta com 17 mil homens, armados e equipados.
2 - O governo Paulo Câmara deu ordem para que a Polícia agisse contra os manifestantes, o que demonstra incapacidade de diálogo com os movimentos sociais e políticos para que a manifestação não acontecesse. O que também é muito grave, do ponto de vista político e democrático.
Em qualquer das hipóteses, e só há essas duas hipóteses para a dúvida sobre a Polícia ter agido com ou sem a ordem do governador de Pernambuco, as consequências são nefastas.
Com a palavra, oficialmente, e não em vídeo no Instagram da vice-governadora, o governo de Pernambuco.