Cena Política

Lula quer diluir o poder de Pernambuco no PSB. Flávio Dino e Freixo no partido de João Campos está no roteiro

A estratégia de Lula é fortalecer o partido em outros estados e dissolver mais a influência dos pernambucanos, antes de voltar a negociar sobre o apoio do PSB em 2022, enfraquecendo a tese de apoio a Ciro Gomes (PDT).

Imagem do autor
Cadastrado por

Igor Maciel

Publicado em 17/06/2021 às 19:01 | Atualizado em 17/06/2021 às 19:03
Análise
X

Trocas de partido não acontecem por amor, nem por ideologia. Principalmente se estiverem ligadas a sujeitos com mandato, trata-se de uma negociação bem minuciosa.

Então, quem estiver pensando que não há nada além de uma acomodação simples nas saídas de Marcelo Freixo e Flávio Dino de seus partidos, pense de novo.

Freixo, deputado federal, é pré-candidato ao governo do RJ.

Dino, governador do Maranhão, é pré-candidato ao Senado por lá.

Ambos têm grandes chances de serem eleitos.

Freixo conversou com Lula (PT) recentemente e decidiu ir para o PSB.

Dino também conversou com Lula, desistiu de ser candidato a presidente e resolveu ir para o PSB.

A conversa com o ex-presidente e a escolha pelo PSB não são apenas coincidências. Há um movimento de Lula para diminuir a influência de Pernambuco na sigla socialista e evitar que o PSB caminhe para uma aliança com Ciro Gomes (PDT).

Pernambuco é a chave para Ciro convencer o PSB, porque já existe uma parceria entre pedetistas e socialistas sólida. Isabella de Roldão (PDT) é vice de João Campos (PSB) na capital.

Lula tenta fechar essa porta.

Campos já chegou a declarar que preferia manter a aliança com o PDT, nacionalmente. É sabido que o herdeiro de Eduardo Campos quer apenas aumentar o preço na negociação.

A estratégia de Lula é fortalecer o partido em outros estados e dissolver mais a influência dos pernambucanos, antes de voltar a negociar.

Por enquanto, está conseguindo.

Tags

Autor