Cena Política

Osmar Terra é um surfista da esperança alheia. Quando questionado com dados reais, cai no mar

Ele planta uma falsa esperança para colher holofotes políticos. Usa sua condição de médico para ampliar a credibilidade. Fora isso, é como qualquer falso profeta, que se apoia na ignorância.

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Igor Maciel

Publicado em 22/06/2021 às 11:18 | Atualizado em 22/06/2021 às 11:18
Análise
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O deputado federal Osmar Terra (MDB), que fala hoje à CPI, quer fazer todo mundo acreditar que suas previsões, todas erradas, eram apenas "uma observação pessoal de momento".

A comissão mostrou que, ao longo dos últimos 15 meses, Terra gravou vídeos e deu entrevistas dando previsões. "Vai acabar no mês que vem", foi a frase mais usada pelo deputado nesse período, em quase todos os vídeos.

Terra é um "surfista da esperança humana", o sujeito que se aproveita de uma crise para vender solução e ficar em evidência. Em toda situação difícil, o momento mais esperado por qualquer um, naturalmente, é o alívio da dificuldade.

Há quem use religião. Há quem use receitas milagrosas para ganhar dinheiro ou ter felicidade fácil. Numa, pandemia, o que se oferece é o fim dela e a volta à normalidade.

Osmar Terra planta uma falsa esperança para colher holofotes políticos. Usa sua condição de médico para ampliar a credibilidade. Fora isso, é como qualquer falso profeta, que se apoia na ignorância alheia para ter evidência.

São argumentações que não resistem a uma pesquisa honesta ou a uma discussão aberta. Na CPI, por exemplo, o deputado tentou vender a Suécia como um país que não decretou Lockdown e teve bons resultados.

Foi desmentido em dois segundos. O governo da Suécia caiu, na segunda-feira (22), por causa dos maus resultados. A Suécia teve os piores números da Escandinávia na pandemia.

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