Cena Política

Em 2001, na crise energética, um ministro pernambucano estava na linha de frente. Vinte anos depois, apagões assustam de novo

José Jorge foi um dos coordenadores do grupo de crise que ficou conhecido pela imprensa na época como o "ministério do Apagão". Os apagões duraram até o primeiro semestre de 2002.

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Igor Maciel

Publicado em 29/06/2021 às 15:58 | Atualizado em 29/06/2021 às 16:10
Análise
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Um dos principais personagens da crise energética do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) foi um pernambucano.

O então ministro de Minas e Energia, José Jorge, teve uma posição central dentro da Câmara de Gestão da Crise de Energia (CGCE), criada na época para tentar minimizar os impactos da falta de energia.

Foi daí que vieram os racionamentos.

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Na época, o governo organizava blecautes programados para diminuir o consumo.

José Jorge não é apontado como culpado, apesar de seu protagonismo no setor naquele período. Na verdade, ele assumiu o ministério em março e, logo em seguida soube do que estava acontecendo. 

O ministro foi o responsável por avisar ao presidente sobre a situação, já crítica.

Depois, foi um dos coordenadores do grupo de crise que ficou conhecido pela imprensa na época como o "ministério do Apagão". Os apagões duraram até o primeiro semestre de 2002.

Em 2001, como hoje, a falta de chuvas impactou o sistema. Mas, não foi só isso.

O processo de industrialização brasileiro era vigoroso e o governo não foi informado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico sobre o problema. Este não se entendeu com a Agência Nacional de Energia Elétrica. E se deu a crise.

Em 2001, e muito menos hoje, a simples falta de chuvas não seria suficiente para fazer a energia acabar. Vinte anos atrás não havia muita alternativa. Hoje, há muito mais estrutura.

Entre 2001 e 2002 houve outra consequência: a eleitoral.

Depois dos apagões, a popularidade de FHC caiu ao ponto de ele não conseguir eleger o sucessor. Foi a primeira vitória de Lula (PT).

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