Cena Política

Parlamentares não representam o povo e o "fundão eleitoral" mostra que essa mentira custa caro

Um sujeito que não tem a mínima ideia do que é se apertar para fazer caber aluguel, comida, água e energia, gás e gasolina, num orçamento familiar, não tem condições de representar 90% da população brasileira.

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Igor Maciel

Publicado em 16/07/2021 às 7:00
Análise
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O inacreditável caso de um parlamento que parece pouco se importar com as dificuldades econômicas de um país ganhou novo capítulo.

Na noite de ontem, deputados e senadores aprovaram um aumento de quase R$ 3 bi para gastar com a eleição de 2022.

O absurdo "fundão eleitoral" vai passar de R$ 2 bi para R$ 5,7 bi.

>>> Veja quais foram os deputados pernambucanos que concordaram em aumentar o fundão eleitoral para R$ 5,7 bilhões

É o dinheiro que os políticos vão usar para promover suas próprias campanhas. Além do conteúdo, a forma também teve características de chacota.

Enfiaram o aumento no meio do texto da Lei de Diretrizes Orçamentárias.

O deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) foi certeiro: "Estamos brincando com o povo brasileiro que paga R$ 6 em um litro de gasolina?".

Sim, estão.

A maior parte dos brasileiros, infelizmente, têm dificuldade para entender que trabalha o dia inteiro, anda pendurado em ônibus lotado ou paga R$ 6 num litro de gasolina enquanto paga impostos que sustentam esse tipo de agressão daqueles que deveriam se colocar como seus representantes.

Representação, aliás, que é a maior ilusão da democracia. Segundo essa fantasia, deputados e senadores são representantes do povo.

Coisa nenhuma.

Um sujeito que não tem a mínima ideia do que é se apertar para fazer caber aluguel, comida, água e energia, gás e gasolina, num orçamento familiar, não tem condições de representar 90% da população brasileira.

A campanha eleitoral serve para alimentar essa mentira de representatividade.

Quanto maior a mentira, mais caro ela custa. Por isso, as campanhas precisam de tanto dinheiro.

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