Cena Política

Do "Kit Covid" ao "voto impresso" as mentiras que vão caindo, mas deixam cicatrizes

O problema de qualquer mentira não é sua eternidade, mas sua consequência. A verdade está amarrando os sapatos quando a mentira já deu a volta ao mundo e já deixou suas pegadas em todo lugar.

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Igor Maciel

Publicado em 20/07/2021 às 11:17
Análise
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O  "voto impresso auditável" tende a cair antes mesmo de ir ao Plenário. Deve afundar na comissão.

O "kit covid", que tentava empurrar Hidroxicloroquina e Ivermectina como remédios contra doença, foi desacreditado e, agora, até o próprio ministério da Saúde admite que não funciona.

O problema de qualquer mentira não é sua eternidade, mas sua consequência. A verdade está amarrando os sapatos quando a mentira já deu a volta ao mundo e já deixou suas pegadas em todo lugar.

Mesmo que sejam patetices, como o voto impresso e o kit covid, conquistam e deixam suas marcas antes de serem desmascaradas, porque são sedutoras, oferecem o caminho fácil e prazeroso da fuga do que é real.

Como contentar-se com a verdade de um sistema eleitoral seguro, quando o seu candidato preferido foi rejeitado e você descobre que a maioria não pensa igual a você, como você imaginava? E se alguém aparece dizendo que você "é a maioria e que o sistema é uma fraude"? E se esse alguém lista uma série de argumentos para reforçar isso, embora sejam todos falaciosos?

Por que não embalar nessa viagem e ser mais feliz? É assim que a mentira se espalha.

A referência, claro, é ao cidadão comum e ingênuo apanhado pelo caminho. Não aos apoiadores e políticos locais que sabem se tratar de uma mentira e tentam espalhar isso para conseguir apoio político. Esses cometem crime também.

O mesmo vale para os "remédios" contra a covid. O que não faltou foi político oportunista e irresponsável defendendo o "remédio de Bolsonaro", tentando faturar politicamente com isso, em Pernambuco, inclusive.

Nenhum deles fala mais no assunto.

Deveriam, afinal criticaram quem dizia que o medicamento não funcionava, tentaram jogar a população contra a ciência.

Curioso, mas não surpreendente, ficarem quietinhos quando o ministério da Saúde do governo Bolsonaro admite, oficialmente. que a medicação não serve.

O problema é a consequência. Criar dúvidas sobre uma ferramenta tão essencial pode ter consequências muito sérias. Deixa cicatrizes difíceis de apagar e muito prejudiciais em uma democracia tão jovem como a brasileira.

Fazer propaganda de remédio ineficaz, causa mortes.


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