Cena Política

Bolsonaro quer reeditar o "pacote de bondades passageiras" que reelegeu Dilma em 2014 e quebrou o país depois

Paulo Guedes, o "superministro liberal" que virou ventríloquo pra manter o emprego, prepara um pacote completo, sem ligar muito para o teto de gastos, com inflação e desemprego em alta.

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Igor Maciel

Publicado em 02/08/2021 às 14:00
Análise
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Em 2014, então candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT) montou um "pacote de bondades passageiras" para conseguir a vitória. Reduziu artificialmente a conta de luz, o preço dos combustíveis, prometeu ampliação do Bolsa Família.

Ignorou a crise que assolava o mundo para conseguir sucesso na eleição. Deu certo e, como se sabe, depois deu tudo errado.

Bolsonaro (sem partido), que fica a cada dia mais parecido com os petistas, está preparando um novo pacote bondades passageiras, igual a Dilma.

Já anunciou ampliação do Bolsa Família, por exemplo. E Paulo Guedes, o "superministro liberal" que virou ventríloquo pra manter o emprego, prepara um pacote completo de benefícios para vários setores, sem ligar muito para o teto de gastos.

O problema é que o "Relatório Focus", do Banco Central, apontou nesta segunda-feira (2) a 17ª semana seguida de alta na projeção da inflação. O teto da meta do governo era de 5,25%, mas o mercado aponta para uma taxa de 6,79%.

O brasileiro já percebeu a pressão inflacionária no supermercado e no posto de gasolina. E, pra piorar, cada vez menos pessoas têm renda para reclamar disso, porque o desemprego está acima dos 14%.

Nesse ambiente, aumentar os gastos do governo e pressionar a inflação é algo preocupante.

Teremos voos de galinha, como tivemos com Dilma. Teremos artificialidade, como tivemos com Dilma.

E Bolsonaro se elegendo, ou não, teremos uma crise imensa para cuidar depois.

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