Cena Política

Bolsonaro tem sido advertido para não piorar a situação do Brasil no 7 de setembro. E concorda. Mas, conseguirá?

Você sobe ao palanque com tudo ensaiadinho para não provocar confusão, mas é tanta gente ali "esperando confusão", que, para agradar, o sujeito fala bobagem.

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Igor Maciel

Publicado em 31/08/2021 às 8:57 | Atualizado em 31/08/2021 às 9:02
Análise
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Na expectativa para o 7 de setembro, acredita-se que Bolsonaro vai subir o tom das maluquices para incentivar a adesão de apoiadores, mas depois se estabiliza.

Há indícios para dar esperança. Ele próprio já baixou a temperatura, depois de ter sido advertido por auxiliares que o centrão ia abandoná-lo caso continuasse atacando o STF.

O problema é o que vai ser essa data na cabeça "difícil" dele. Pessoas vaidosas e egocêntricas costumam fazer bobagem perante o apoio de um grande público.

Você sobe ao palanque com tudo ensaiadinho para não provocar confusão, mas é tanta gente ali "esperando confusão", que, para agradar, o sujeito fala bobagem.

É o perigo.

Bolsonaro passou quase três décadas como um deputado de baixo clero pra quem ninguém dava muita atenção e poucos levavam a sério.

Desde que ficou popular, tem implodido pontes institucionais sempre que tem a oportunidade de atrair mais apoiadores, independente das consequências.

Quando estiver na avenida Paulista, perante milhares de pessoas, dificilmente Bolsonaro será ameno.

Seduzido pela necessidade patológica de agradar seus seguidores, deve atacar instituições e derrubar mais algumas pontes importantes.

A questão, que atropela toda essa discussão sobre ameaças à democracia, é a crise econômica, o desemprego, a inflação. O golpe que todos temem, militar ou miliciano, na verdade, Bolsonaro não tem força para dar.

Mas, intensificar o embuste do embate trará mais fome, preços mais altos e mais desemprego.

Ego e vaidade custam muito caro.

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