Eleição de 2022 será sobre economia. Péssima notícia para Bolsonaro e para os brasileiros
Pesquisa mostrou que quase metade dos entrevistados veem problemas econômicos como os mais importantes a serem tratados pelo próximo presidente. E não temos nenhum pré-candidato que demonstre condições de resolvê-los, ainda.
Sobreviver no Brasil ficou mais caro e a eleição de 2022 será sobre isso. Ao menos é essa a impressão trazida pela pesquisa Ipespe divulgada nessa quarta-feira (3).
Foi perguntado aos entrevistados quais os temas principais que deveriam ser tratados pelo próximo presidente.
Inflação e custo de vida foi o item mais lembrado, por 18% dos entrevistados. É algo natural, devido ao elevado preço dos alimentos e do combustível. Fazer a feira e abastecer o carro tem sido uma dificuldade para muitos brasileiros.
Mas, o restante dos temas indicados pelos eleitores que foram entrevistados chama atenção. Somados, os itens relacionados à crise econômica chegam a 44%.
Desemprego, fome e salário foram os mais citados, além da inflação.
É curioso já que, mesmo em momentos de crise, o tema Saúde sempre foi o que trazia mais preocupação às pessoas. Agora, Saúde está em segundo lugar, com 15%.
Outro dado interessante é que só 6% dos entrevistados acredita que combate à corrupção é um tema para o próximo presidente.
Um "recado" para Sergio Moro que, se quiser ser presidente, terá que ampliar o discurso. Ninguém sabe o que Moro pensa sobre temas que não estejam ligados à corrupção, como o desemprego.
Da última vez em que o poder de compra perante à inflação foi preponderante para a escolha do eleitor, tivemos Fernando Henrique Cardoso (PSDB) no Planalto.
Os tempos são outros, é verdade. Mas sonhar com alguém equilibrado, longe da polarização Lula x Bolsonaro, ainda não teve aumento. Segue sendo de graça.
O mais triste é que não temos um nome que consiga empolgar, de verdade, e que passe a segurança de que é capaz de resolver problemas nessa área.
A pauta da eleição será a economia. Lula vai falar em "pobre comendo picanha e viajando de avião". Bolsonaro vai dizer que não tem nada a ver com o problema e que a culpa é dos governadores, da imprensa, do STF ou dos duendes.
Entre as opções que surgem mais fortes fora do eixo "transferência de culpa x exaltação do passado", temos Sergio Moro e Ciro Gomes (PDT).
Ciro, o "profeta vendedor de guarda-chuvas em dia de sol", vai defender que sempre avisou que a economia ia mal, para em seguida apresentar alguma solução que nem ele sabe explicar direito.
Moro vai falar em combate à corrupção resolvendo desemprego, pra não deixar de bater na mesma tecla de sempre.
Melhor dizendo sobre a expressão mais acima: sonhar é de graça, mas ter esperança acordado está difícil.