Maior prejudicado em Pernambuco, até agora, com definições de Bolsonaro é Anderson Ferreira
O prefeito de Jaboatão já teve que mudar seu planejamento várias vezes por causa das definições e indefinições bolsonaristas.
Nos últimos dias, em Pernambuco, ninguém saiu mais prejudicado nas articulações políticas do que Anderson Ferreira (PL).
O prefeito de Jaboatão dos Guararapes tinha um plano muito claro e bem definido. Seria candidato a governador ou a senador na chapa de oposição.
Depois, com os movimentos de Miguel Coelho indo para o DEM e se colocando como candidato a governador, Anderson fez o seu ajuste e seguiu, sem grandes problemas, seria candidato ao Senado na chapa com Raquel Lyra (PSDB) na cabeça.
Veio, então, mais uma novidade: Bolsonaro se filiando ao PL e indicando que quer colocar os seus no partido, nos estados, para a eleição de 2022.
Anderson teve que, novamente, fazer a sintonia fina de seus planos. Garantiu que nada mudava e não havia problema em pedir votos para Bolsonaro (PL) enquanto Raquel Lyra pede votos para João Dória (PSDB).
Agora, a informação é que os bolsonaristas devem ser candidatos em outro partido, talvez o PTB. O projeto de Anderson, de ser candidato ao Senado, seguiu.
Aí, veio outro problema. A deputada estadual Clarissa Tércio, atualmente no PSC, teria sido definida como candidata bolsonarista ao governo de Pernambuco. Ao lado dela, disputando o Senado, deve estar o ministro do Turismo de Bolsonaro, Gilson Machado.
Os dois, mesmo em outro partido, vão provocar uma divisão do voto evangélico que é um grande trunfo de Anderson em suas articulações.
Não está fácil.
É verdade que a candidatura de Clarissa não é só notícia ruim para o palanque de oposição. Pelo contrário, serve como para-raios da rejeição bolsonarista em Pernambuco e diminui o impacto negativo para Miguel Coelho (DEM), Anderson Ferreira e Raquel Lyra.
Mas, Gilson corre na mesma estrada que os Ferreira, esperando apoio dos evangélicos pernambucanos. Clarissa Tércio tem seus votos no mesmo público.
O apelo de Gilson à comunidade evangélica é tão efetivo que, nos últimos dias, provocou algo inédito. Pela primeira vez, tivemos um ministro do Turismo, defendendo a não realização do carnaval.
A pauta contra o carnaval é cara para uma parte do movimento evangélico. A situação sanitária, realmente, é difícil.
Mas o ministro do Turismo contra a festa que mais traz turistas para o Brasil é curioso.