Cena Política

Governadores e secretários da Fazenda, em ano eleitoral, estão agindo pelo necessário ou pelos votos?

O recuo dos secretários da Fazenda brasileiros e dos governadores em relação ao ICMS dos combustíveis é a demonstração clara de que o ano eleitoral está fazendo com que a calculadora dos economistas faça tudo, menos matemática.

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Igor Maciel

Publicado em 27/01/2022 às 10:00 | Atualizado em 27/01/2022 às 10:01
Análise
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A propósito de estarmos vivendo sob uma inflação que, ainda não pode ser comparada, mas nos faz lembrar dos anos 1980, é preciso alertar os economistas de que a área não pode sobreviver sem a política, mas também não pode viver ajoelhada, prestando-lhe homenagens.

Esse foi um dos maiores problemas no passado, só resolvidos quando o presidente da vez, Itamar Franco, tinha pouco ou quase nada de perspectiva eleitoral pro futuro.

O recuo dos secretários da Fazenda brasileiros e dos governadores em relação ao ICMS dos combustíveis é a demonstração clara de que o ano eleitoral está fazendo com que a calculadora dos economistas faça tudo, menos matemática.

É perigoso quando isso acontece.

Não cabe aqui discutir o mérito da decisão, do ponto de vista econômico. Fernando Castilho faz isso bem, aqui, na coluna JC Negócios.

Do ponto de vista político, porém, ignorar o que era uma convicção absoluta pelo temor de que os eleitores coloquem a culpa dos preços dos combustíveis nos governadores é preocupante.

Ontem foi o teto de gastos, amanhã será a reforma Trabalhista, depois será o pesadelo fiscal para garantir eleições.

E teremos voltado ao período de Dilma Rousseff (PT), sem vislumbrar a garantia de um Michel Temer (MDB) que aceite consertar as coisas mesmo sendo defenestrado publicamente todos os dias.

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