Cena Política

Guerra na Rússia pode derrubar as chances de recuperação eleitoral de Bolsonaro

Impacto na economia é o maior temor. Quanto mais prolongado for o conflito, maior deve ser a pressão sobre o petróleo e sobre a inflação. A culpa vai cair em quem?

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Igor Maciel

Publicado em 24/02/2022 às 15:23
Análise
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A guerra na Ucrânia pode afetar a eleição brasileira em outubro, dependendo de sua duração.

E, não, não tem a ver só com a visita de Bolsonaro (PL) a Putin uma semana antes de o conflito estourar. Nem toda estupidez derruba votos. Se for uma estupidez internacional, ainda menos.

Mas, acontece que a recuperação da economia é pressuposto básico para a recuperação eleitoral do presidente. Se a economia continuar atingindo em curto prazo a vida da população, a missão de quem ainda sobrevive no barco bolsonarista fica praticamente impossível.

E atingir significa afetar o bolso do brasileiro em sua rotina básica. O aumento do combustível é o maior exemplo disso. Como a logística brasileira depende de gasolina e diesel, tudo fica mais caro.

Na prática, sobe o preço no posto e o sujeito que nem tem carro vai pagar mais caro no preço do tomate. Ninguém tem dúvidas de que, pagando mais caro no supermercado, quem paga mais caro ainda é o gestor que estiver no poder.

Pior é que a guerra estourou bem no momento em que Bolsonaro começava a engrenar uma sutil recuperação de popularidade. Popularidade que desmoronou subitamente por causa da pandemia de covid-19, desde março de 2020.

Há quem diga que o PIB desse ano "já era".

O temor do governo é que o mesmo termo se aplique a Bolsonaro.

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