Cena Política

O cheiro da expectativa de poder que faz prefeitos, agora, estarem atrás de Danilo Cabral

Os discursos dos gestores municipais parecem muito com a expressão "foi Geraldo quem fez", que virou piada em 2012.

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Igor Maciel

Publicado em 05/03/2022 às 7:00
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O poder tem um cheiro bom e a expectativa de poder também exala perfume atrativo.

Antes de ser anunciado candidato a governador, por falta de apoio entre prefeitos, Danilo Cabral (PSB) tinha uma reeleição quase impossível para deputado federal.

A situação era tão precária que ele chegou a articular, com outros colegas deputados, a expulsão de Clodoaldo Magalhães (PSB), que estaria tirando votos deles em bases eleitorais no interior.

Agora, depois de ser confirmado como candidato do PSB para disputar o governo do Estado, recebe grupos de gestores municipais todos os dias lhe hipotecando apoio "desde sempre".

E o melhor são os discursos dos prefeitos, na linha do "foi Danilo quem fez". Há alguns dias, um representante de uma prefeitura fez questão de falar que o pré-candidato é o "responsável pelo desenvolvimento do Agreste".

De repente, "ninguém ajudou mais os municípios do que ele".

Lembra a estratégia para levantar Geraldo Julio (PSB) no Recife em 2012, quando se atribuía a ele até o que ele nem sabia que existia.

O "foi Geraldo quem fez" virou piada na época. A ideia era dizer que o então secretário do governo Eduardo Campos tinha participação em tudo o que se fazia no estado, para garantir votos pela prefeitura.

Deu certo. Agora, a ideia pode ser fazer o mesmo com Danilo.

Uma diferença crucial é que Geraldo estava sendo associado a um governo que tinha aprovação altíssima, numa administração que carimbou Eduardo para ser candidato a presidente da República.

Agora, Danilo será associado à gestão Paulo Câmara (PSB), de alta rejeição? Ou se vai continuar esticando a corda e usando a administração de Eduardo Campos, de oito anos atrás, como vitrine perpétua?

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