Cena Política

Para não ser punido com mais rejeição por causa da economia, Bolsonaro terá que gastar. E não há dinheiro pra isso

A alternativa é dobrar a aposta e investir dinheiro para subsidiar a economia. Fora o risco de piorar a inflação, é preciso haver verba pra isso. Não há.

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Igor Maciel

Publicado em 11/03/2022 às 8:00 | Atualizado em 14/03/2022 às 14:57
Análise
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Os governadores tem uma oportunidade grande, agora, para tentar fixar na opinião pública o argumento de que, diferente do que prega Bolsonaro (PL), o aumento dos combustíveis no Brasil não tem a ver com o ICMS.

Os secretários de Fazenda estaduais pescaram a chance.

O colunista Fernando Castilho relatou isso, com o presidente do Conselho de Secretários da Fazenda, o pernambucano Décio Padilha, questionando o motivo de os aumentos continuarem "apesar de o ICMS estar congelado há 5 meses".

Normalmente já é muito difícil para o governo federal se desvincular de uma crise econômica, principalmente se a pressão inflacionária for determinante nessa crise, é o que está acontecendo.

E tentar se ausentar da culpa, para o presidente, não costuma funcionar.

Fernando Henrique Cardoso (PSDB) teve seus piores períodos de rejeição como consequência de crises internacionais e, em 2002, não conseguiu fazer o sucessor.

Dilma (PT) sofreu com a queda no preço das commodities e a influência da China no mercado internacional. Ninguém culpou a China, a culpa sempre caiu sobre Dilma.

Bate-se em quem está no poder, por perto. É a regra

Bolsonaro vai ter dificuldade pra escapar disso nos próximos meses. A alternativa é dobrar a aposta, como fez Lula (PT) na crise de 2008.

Ele injetou dinheiro na economia, se livrou do problema e empurrou a crise para a sucessora.

Mas, na época o Brasil tinha mais dinheiro pra gastar, com outro ambiente fiscal.

Cenário hoje é diferente.

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