Sem Márcio França em São Paulo, chance de derrota de Fernando Haddad é grande
Pesquisa do Ipespe mostra que o bolsonarista Tarcísio de Freitas leva bastante vantagem quando o socialista é retirado da lista. Rejeição do petista é alta.
Márcio França (PSB) é um para raios de Fernando Haddad (PT). E a insistência anterior de Lula (PT) para que o socialista desistisse da candidatura mostra que ninguém estava fazendo a leitura das pesquisas no PT. Ou não estava fazendo direito.
O levantamento do Ipespe em São Paulo mostra que Haddad, com alta rejeição, corre um sério risco de perder a eleição para Tarcísio de Freitas (Republicanos) sem França.
O candidato do PSB funciona também como uma contenção, evitando que o candidato bolsonarista se aproxime muito. Para entender, é necessário observar dois cenários, um com França e o outro sem.
O primeiro:
E o segundo:
No primeiro, com a lista de candidatos mais provável hoje, Haddad tem 29%, França fica com 19% e Tarcísio tem 13%. Já no segundo, quando se retira o nome de França, Haddad sobe 6 p.p. e vai a 35%.
Já Tarcísio de Freitas chega aos 18%.
Quem olha superficialmente pode achar que o petista leva vantagem. É um risco. Porque a rejeição a ele é muito alta. Enquanto Tarcísio é considerado o melhor ministro de Bolsonaro, o que fugia da regra de mediocridade da gestão federal e cheira à realizações, Haddad é o ex-prefeito de São Paulo que de tão reprovado não conseguiu se reeleger.
Quando o embate se resume aos dois, sem ninguém entre eles, o resultado final da eleição tende a ser completamente diferente do que a pesquisa indica, embora os números do Ipespe já sejam um alerta.
De onde viriam os votos que fariam Tarcísio ultrapassar Haddad? Volte para os dois cenários acima e veja a evolução no número de indecisos e de voto em branco ou nulo entre eles. O que era 29% se transforma em quase 40%.
Muita gente prefere não votar em ninguém do que votar em Haddad.
A rejeição a Haddad alcança 50% e a de Tarcísio está em 30%. Pra completar, 40% dizem não saber quem é Tarcísio de Freitas. Já Haddad tem só 5% de desconhecimento do eleitor.
Tarcísio tem mais espaço para crescer.
E quando o eleitor é avisado de que Tarcísio tem o apoio de Bolsonaro, a probabilidade de voto nele sobe de 18% para 29%.
Haddad, quando o eleitor é avisado que de ele é apoiado por Lula, passa de 35% para 39%, no cenário sem Márcio França.