Cena Política

Sergio Moro foi colocado em um quartinho nos fundos do União Brasil depois de dar mais um salto e errar no pouso

Todo dia sai um esperto e um bobo de casa. A chance de o bobo se chamar Sergio Moro é grande.

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Igor Maciel

Publicado em 13/04/2022 às 14:46 | Atualizado em 13/04/2022 às 14:49
Análise
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Se tiver eleição este ano para escolher a criatura mais ingênua na política brasileira, podem encerrar a disputa e dar o prêmio a Sergio Moro.

Ao longo dos anos, ele conseguiu dar saltos incríveis e cair de cabeça em todos.

Quando era juiz/herói, largou tudo para assumir um ministério no governo Bolsonaro e deu errado. Depois, largou o ministério para derrubar o presidente e deu errado. Depois, resolveu ser candidato a presidente pelo Podemos e deu errado. Saiu do Podemos e foi pro União Brasil para ter melhor estrutura e... deu errado.

Em todos esses saltos, sempre tem alguém por perto dizendo: "pode confiar, pula que a gente segura". É o tipo de frase que ninguém leva a sério em política. Pular, todo mundo pula. Mas, confiar é o primeiro passo pra quebrar o pescoço.

O último salto de Moro, do Podemos para o União Brasil, concorre para ser o mais engraçado, de tão infantil. Ele confiou que seria candidato a presidente na sigla, um partido que disputa com o MDB para saber qual é o que tem mais vertentes diferentes. Tem "bolsonarista", "lulista", "centrista" e pouquíssimos "moristas".

Chegando lá, após o fim do prazo para mudar de sigla, avisaram a ele que não iriam deixá-lo ser candidato. E ficou nisso.

No Podemos ele não tinha estrutura, no União Brasil ele foi completamente isolado, colocado num cantinho, no depósito, ajudando a enxugar a terceira via, que era o real objetivo desde o início. O União Brasil trabalhou para diminuir o engarrafamento e fortalecer a aproximação com PSDB e MDB. Usou Moro pra isso.

Todo dia sai um esperto e um bobo de casa. A chance de o bobo se chamar Sergio Moro é grande.

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