Cena Política

Em outubro, com Lula e Jair Bolsonaro, o Brasil terá que escolher sua melhor mentira e escrever sua História

Nesse país já se falou muito em "ter bandido de estimação". O caso este ano será de escolher a mentira que mais lhe agrada para fingir que é feliz nos próximos anos.

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Igor Maciel

Publicado em 18/04/2022 às 12:25 | Atualizado em 28/04/2022 às 9:30
Análise
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Se há uma regra difícil de se quebrar, é que a História é contada pelos vencedores. O resultado do próximo dia 2 de outubro, nas eleições, dará os parágrafos iniciais sobre o roteiro que será contado por muitos anos.

Não há apenas dois candidatos em um pleito, mas dois imensos conjuntos de narrativas. São duas mentiras em disputa.

Caso Lula (PT) saia vitorioso, o Brasil terá "sofrido um golpe das elites que afastou uma presidente, injustamente, e prendeu o maior líder popular de todos os tempos, porque ele queria colocar comida na mesa dos mais pobres. Porque quem tem dinheiro, no país, não tolera ver os mais pobres viajando de avião e comendo carne. A Lava Jato terá sido uma grande invenção, patrocinada pelos EUA, com apoio da imprensa que é controlada pela mesma elite".

Já se Bolsonaro (PL) vencer a eleição, terá sido a vitória de "um enviado de Deus para moralizar o país que estava entregue aos bandidos e comunistas que gostam de dilapidar o patrimônio público. Será a vitória de um governo sem corrupção e com um líder honesto e verdadeiro". No mínimo, será a vitória do menos ruim, já que "qualquer coisa é melhor do que ter o PT de volta ao poder". Essa desculpa, aliás, tem sido dada pelos "bolsonaristas envergonhados" com bastante frequência. "Ele não presta, mas é melhor que o PT".

Nesse país, já se falou muito em "ter bandido de estimação". O caso deste ano será de escolher a mentira que mais lhe agrada para fingir que é feliz nos próximos anos.

E viva a democracia.

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