Cena Política

Ciro Gomes vai intensificar a pancadaria e tentar escapar do isolamento. O PDT ameaça abandoná-lo

Ciro buscou a estratégia errada, tentando atrair integrantes de duas torcidas organizadas para um jantar harmonioso. A louça vai terminar quebrada e o salão vazio.

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Igor Maciel

Publicado em 18/04/2022 às 14:37 | Atualizado em 18/04/2022 às 14:40
Análise
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Ciro Gomes (PDT) sabe que seu prazo está terminando. Até agora, o ex-governador cearense serviu apenas como um depósito de votos para Lula (PT).

Há pesquisas mostrando que sua saída do jogo pode transferir imediatamente pelo menos metade das intenções de voto do PDT para o PT.

Entre maio e junho ele terá que intensificar seus movimentos, ou não terá partido.

Ninguém admite abertamente, mas o PDT deu um ultimato a Ciro. Ou ele reage com números ou fica sozinho e sem sigla. Apesar de sua conhecida intransigência, ele tem sido realista e admite isso entre aliados: não vai deixar todo mundo refém de um processo impossível, mas vai até o limite, às vésperas das convenções.

O problema é que Ciro tomou todos os caminhos errados em termos de estratégia desde o início.

Seu mérito, que precisa ser reconhecido, é a inserção nas redes sociais. O ex-governador conseguiu entrar no mundo dos podcasts e youtubers sem parecer um "tiozão em crise de idade". É algo que Bolsonaro e Lula, mesmo com mais seguidores, não conseguem.

Se tivesse uns 20 anos a menos, podia se dizer que "Ciro Gomes tem futuro".

Mas, fora isso, a insistência dele tentando bater em Bolsonaro e em Lula ao mesmo tempo acreditando que vai atrair votos de bolsonaristas e lulistas não tem a menor lógica.

É como tentar tornar harmonioso um jantar entre torcidas organizadas do Palmeiras e do Corinthians.

As louças serão quebradas e Ciro vai terminar sozinho no salão.

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