Cena Política

Deputados recebem até R$ 111 mil para contratar assessores técnicos que orientem sobre projetos, mas desculpa é que votaram "enganados" sobre ICMS

A explicação de que "não houve tempo para discutir" é a que secretários de Fazenda dos estados estão dando para a falta de articulação entre governadores e bancadas que pode trazer prejuízo pra Educação e Saúde.

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Igor Maciel

Publicado em 14/06/2022 às 11:13
Análise
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O secretário da Fazenda de Pernambuco, Décio Padilha, que também lidera o Conselho Nacional dos Secretários da Fazenda, aponta prejuízos bilionários para a Saúde e para a Educação por causa do projeto do governo que limita o ICMS.

Os secretários fizeram uma campanha junto ao Congresso para que o texto não fosse aprovado.  E foram ignorados. Questionado na Rádio Jornal quando o PL passou na Câmara, Décio fez questão de dizer o quanto ele iria atrapalhar, mas resolveu isentar os deputados, tentou botar a culpa na mesa diretora que pautou e colocou em votação tudo em 48h. 

Como se os deputados, coitados, tivessem sido todos enganados e não estivessem pensando no potencial eleitoreiro da medida.

É verdade que foi a toque de caixa, mas não é desculpa. Agora, que houve tempo para discutir no Senado, essa justificativa não existe mais. Foi aprovado lá também.

O secretário admite que isso vai prejudicar muito o próximo governador ou governadora, seja quem for. Mas, o pior de tudo será para a população. Em nome de uma redução artificial na gasolina e no diesel, que nem deve durar muito, hospitais e escolas ficarão comprometidos no orçamento.

O que temos, então, é um projeto eleitoreiro, para baixar artificialmente o preço dos combustíveis, assumindo um prejuízo para setores importantes como saúde e educação nos próximos anos. E os deputados votaram "enganados" porque foi tudo muito rápido?

Cada deputado recebe mais de R$ 100 mil por mês para pagar salários a uma equipe de até 25 assessores por gabinete. As remunerações dos membros dessa equipe ultrapassam R$ 15 mil.

A função deles é, exatamente, dar suporte técnico para essas votações.

Mas, os deputados foram todos “ludibriados” pela rapidez com que o projeto foi apresentado?

Então, tá bom.

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