Cena Política

Discurso de Bolsonaro contra a corrupção fica prejudicado e atinge relação com evangélicos

Prejuízo na imagem - prisão de pastor e ex-ministro pode ter efeito negativo parecido com o que teve nas Forças Armadas.

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Cadastrado por

Igor Maciel

Publicado em 22/06/2022 às 11:21
Análise
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Não ter casos de corrupção no governo, agora, é algo que ficou difícil para Bolsonaro (PL) continuar repetindo.

Por mais que o ex-ministro Milton Ribeiro, preso nesta quarta-feira (22), não esteja mais na gestão, a relação entre ele e a família bolsonaro é muito próxima. O presidente chegou a dizer que “colocaria a cara no fogo” pelo pastor que comandava o MEC.

Outra coisa é que Milton não foi demitido, na época. Ele pediu demissão. E, para completar, após a saída, a primeira dama Michelle Bolsonaro ainda deu entrevista afirmando que “confiava nele” e que "ele iria provar a inocência".

Após a prisão, outra fala do presidente chamou a atenção ao dizer que aquilo seria uma “prova de que ele não interferia na Polícia Federal”. Pra quem não lembra, era a mesma frase que Dilma Rousseff (PT) utilizava sempre que algum petista era preso na operação Lava Jato.

É verdade que com um pouco de ginástica verbal é possível seguir fingindo uma diferença. Bolsonaro agora pode dizer que não existe ninguém “dentro do governo sendo acusado de nada”, já que o pastor preso deixou de ser ministro meses atrás.

Mas, a imagem de “gestão imaculada” que o presidente tentava forçar, está perdida.

Evangélicos

E o pior, no ambiente eleitoral, perde-se com personagens ligados aos evangélicos. Hoje, há muitos militares que se queixam de um prejuízo à imagem da Força devido à aproximação de alguns integrantes com o poder.

Agora, alguns evangélicos podem alegar o mesmo.

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