Abrindo geladeiras. Raquel Lyra está investindo na construção de uma imagem que lhe mostre competente e humana na disputa
A pré-candidata está em segundo lugar nas pesquisas de Pernambuco.
Raquel Lyra (PSDB) está investindo em seu próprio currículo como forma de se aproximar mais do conhecimento do eleitor e, mais que isso, ser humanizada na disputa.
A verdade é que, tirando Marília Arraes (SD) com seu recall de disputas estaduais e polêmicas envolvendo sua relação com o PSB e com o PT, Raquel seria a líder nas pesquisas até agora.
Apesar disso, sua candidatura é vista no meio político como “frágil”. Quando se olha, o que se vê é alguém que “vai derreter” no meio da disputa.
As previsões para que isso acontecesse eram para semanas atrás. Não foi.
Raquel tem um voto duro relacionado ao Agreste. Mesmo com Marília no páreo, quando as pesquisas isolam a região liderada por Caruaru (onde ela era prefeita), Raquel lidera com quase 40%, seguida pela neta de Arraes a uma certa distância.
O problema é o Sertão e a Região Metropolitana. No Recife, há uma expectativa sobre os deputados Daniel Coelho (Cidadania) e Priscila Krause (deve ser a vice na chapa) que poderiam ajudar nesse crescimento, mas até agora não aconteceu. A presença do ex-senador Armando Monteiro (PSDB), que pode ser o candidato ao Senado, ajuda, mas não resolve ainda.
Há um certo nível de desconhecimento com a ex-prefeita de Caruaru. Coincidência ou não, nos últimos dias a equipe de comunicação foi trocada e a estrutura das mensagens foi modificada para algo mais moderno e direcionado para que o eleitor conheça a candidata.
Numa das peças, por exemplo, há destaque para informações que constroem uma personalidade política e humana.
Há preocupação em mostrar que Raquel nasceu no Recife, apesar de ter crescido em Caruaru. Outro ponto é destacar que a pré-candidata “é cristã, casada e mãe”. Em outro momento, quando se refere ao currículo, lembra não apenas que foi secretária estadual, mas que foi secretária estadual “de Eduardo”, por duas vezes.
“Pode estar à direita e pode estar à esquerda”.
Raquel não declara voto em nenhum dos polos nacionais. Nem Lula, nem Bolsonaro, a ex-prefeita apoia Simone Tebet (MDB). Mas, deixa claro que tem pontes com características dos dois lados, para não ser isolada no discurso público.
Outra característica que Raquel está colocando em prática e exibindo nas redes sociais é a imagem de que anda em comunidades pobres sem constrangimento e compartilha o sentimento das pessoas.
É algo que ela já fez em Caruaru pelas redes sociais e repete no Recife. Esta semana, em visitas pela Região Metropolitana, o que mais se vê no Instagram da pré-candidata é ela abrindo geladeiras enquanto conversa com as pessoas sobre o que elas têm para comer e sobre como elas vivem.
No aspecto pessoal, procura demonstrar humanidade e sensibilidade com os problemas que o estado atravessa.
Perto do prazo das convenções, é algo que chama a atenção e pode dar sustentação na campanha, mantendo competitividade.
Se isso vai ampliar sua votação e fazer com que ela ganhe votos no Recife é outra história, mas ela está brigando.