Bivar pode desistir de candidatura a presidente e complicar palanque de Miguel Coelho em Pernambuco
Bivar pode não disputar a presidência e, ao invés disso, busca renovar o mandato como deputado federal.
O que mais está chamando atenção na já anunciada e ainda não confirmada desistência de Luciano Bivar (UB) da campanha para presidente da República é a repercussão local disso, principalmente na campanha de Miguel Coelho (UB).
Bivar pode não disputar a presidência e, ao invés disso, busca renovar o mandato como deputado federal. A confirmação estaria sendo programada para sexta-feira (29).
O problema é que a chapa só deve fazer dois deputados e os votos dele já tinham sido negociados com outros integrantes do grupo. Bivar não ser candidato a deputado estava nas contas quando Miguel conseguiu alianças de outros partidos e de lideranças municipais.
Agora, a mudança na semana da convenção gera um clima de instabilidade no palanque. Tem candidato a deputado estadual sendo aconselhado e a ir pra federal e candidato a federal aconselhado a ir pra estadual, num tipo de rearranjo difícil de se fazer tão em cima.
A coluna já vem alertando, faz tempo, que não havia garantia de nada enquanto Luciano Bivar não decidisse, realmente, o que pretendia fazer pelo União Brasil.
Dessa nova decisão, agora, o que se diz é que houve pressão de ACM Neto (UB) para que o pernambucano desistisse do Planalto. ACM está perto de se eleger em primeiro turno para o governo da Bahia, depende de não ser atacado pelo PT por lá, e teria feito um gesto em favor de Lula (PT).
Pessoas ligadas ao ex-prefeito de Petrolina se apressaram em garantir que nada muda na campanha de Miguel, mas a instabilidade não ajuda em nada.
Por exemplo, voltou a pressão para que Mendonça Filho (UB) abra mão da disputa pela Câmara e dispute o Senado, coisa que para ele não representa qualquer vantagem, apesar de liderar pesquisas.
O objetivo seria liberar espaço para Fernando Filho (UB), irmão de Miguel.
Um observador atento da política, em conversa com a coluna, ainda aponta uma outra dificuldade da chapa agora: “quem é o candidato a presidente do União Brasil? O partido vai ter que apoiar alguém e esse alguém, seja quem for, já é o escolhido de algum outro candidato local”.
Se o União Brasil apoiar Simone Tebet (MDB), por exemplo, ela já é a candidata de Raquel Lyra (PSDB). Se pedir voto pra Bolsonaro (PL), ele já é candidato de Anderson Ferreira (PL), e assim por diante.