Cena Política

Raquel Lyra e o desafio de romper os limites do Agreste para não cair nas pesquisas

Será suficiente para compensar a ausência de posicionamento na polarização? Talvez, mas não é garantido.

Imagem do autor
Cadastrado por

Igor Maciel

Publicado em 29/07/2022 às 14:06 | Atualizado em 29/07/2022 às 14:45
Análise
X

A convenção de Raquel Lyra (PSDB), que acontece neste sábado (30), é o início de uma caminhada que tem desafios enormes.

O principal para a ex-prefeita de Caruaru é romper a barreira geográfica que a coloca na posição de ser a melhor candidata no Agreste e perder a liderança por ter pouca penetração nas outras regiões.

Raquel funciona como freio para Marília Arraes (SD), Anderson Ferreira (PL) e Danilo Cabral (PSB). O socialista e o ex-prefeito de Jaboatão são os maiores prejudicados.

Anderson não cresce entre os bolsonaristas da região, porque eles apostam mais no que conhecem de perto. Danilo também não cresce por lá, mas o motivo é outro: a rejeição ao PSB.

A opção Raquel se torna a mais palatável porque ela é oposição ao governo e foi prefeita por lá.

A aposta de muitos observadores políticos, porém, é que pode demorar, mas o “voto útil” vai derrubá-la do segundo lugar nas pesquisas assim que a polarização ficar clara em Pernambuco.

Raquel sempre insistiu em fugir da polarização "Lula (PT) x Bolsonaro (PL)", enquanto Marília, Anderson e Danilo tentam ser representantes de um e de outro.

Em algum momento, acredita-se, o eleitor envolvido no clima de polarização nacional vai escolher um deles para evitar a vitória do outro.

Quem não for opção entre os dois, cai naturalmente.

Na hora de formar a chapa, a ex-prefeita de Caruaru buscou uma solução e optou pela ampliação do fator regional: a vice é do Recife e o senador é do Sertão.

É algo que deu muito certo em eleições anteriores a 2014, depois não funcionou mais.

Será suficiente para compensar a ausência de posicionamento na polarização? Talvez, mas não é garantido. A chance de funcionar existe, mas é uma aposta de risco.

Se não avançar para um segundo turno, Raquel será mais uma daquelas situações em que o conteúdo e a qualidade são superados pelo que é mais palatável ao eleitor.

A emoção superando a razão.

Exemplos recentes não faltam.

A campanha nos próximos dias vai dizer se a estratégia, dessa vez, está correta.

Tags

Autor