Para alguns pode ser uma cadeira, para outros uma oportunidade de carreira. O emprego de governador de Pernambuco pode ser até uma plataforma para melhorar a vida das pessoas e todo aquele palavreado bonito que é comum usar nesse período. Mas o importante é a função real de qualquer gestor, que é muito simples: resolver o que está dando errado e facilitar o que está dando certo. Por isso, nas sabatinas realizadas pela Rádio Jornal ao longo dessa última semana, tornou-se tão importante focar nos problemas de Pernambuco e não em disputas políticas. Mais de 80% do tempo das entrevistas foi utilizado para questionar os candidatos sobre problemas concretos que a população pernambucana enfrenta todos os dias. “O lugar onde impera a fofoca, precisa estar cheio de pão”. É o jeito simples e rápido para dizer que antes de discutir “com quem o sorriso de Lula (PT) é mais bonito na foto”, é necessário ir ao básico e saber como resolver o caos que são as estradas de Pernambuco. Antes de “questionar o espaço na garupa de Bolsonaro” é necessário saber como a água vai chegar na casa das pessoas e como o esgoto vai sair. É preciso saber o que os candidatos pensam sobre a parcerias e diálogo com a iniciativa privada e entender se eles enxergam parcerias privadas como oportunidades para o povo ou para o próprio partido. Porque, sim, há diferença. Caso contrário, estaremos dando passos ao futuro e caindo num passado e presente de estagnação, isolamento e incompetência. Todo perdão é necessário para o que vai ser dito agora, porque a justiça com a realidade sempre acaba sendo injusta com as exceções, mas vivemos um dos piores momentos das últimas décadas em Pernambuco. E isso pode ser dito olhando para os números de desemprego, desigualdade, competitividade, olhando para os desabrigados pelas calçadas. Isso pode ser dito, também, olhando para fora, com os melhores resultados de estados próximos como Bahia e Ceará, que vivem sob as mesmas condições, com a perspectiva de isolamento político em relação à Brasília ainda pior já que são governados pelo PT. É importante dizer que isso não inviabiliza o candidato do PSB, que baseia o atual governo. Mas, ele está disposto a mudar e assumir postura completamente diferente da que foi adotada até agora? Porque os 70% de rejeição de Paulo Câmara (PSB) apontam que a receita atual de isolamento e benefício de grupos familiares e partidários, esta sim, precisa ser descontinuada. Não se trata de abandonar o governador Paulo Câmara na campanha, mas admitir que correções precisam ser feitas e admitir que erros foram cometidos. Quanto aos candidatos da oposição, os quatro, é preciso que a eleição seja mais do que uma guerra por padrinhos, mais do que dedos sendo esticados para apontar as falhas nos outros sem que propostas plausíveis ganhem terreno. Política tributária, fiscal, visão administrativa e capacidade de planejamento são temas que não rendem votos como deveriam, são assuntos chatos.. Mas são eles que determinam por qual caminho avançaremos. Entre um sorriso de Lula e um passeio de moto com Bolsonaro, é preciso falar sério.

Churrasco

Por falar em Bolsonaro, o presidente está querendo fazer um churrasco em um famoso ponto de caminhoneiros em Brasília, o posto Colorado. O posto é simbólico porque fica no km 0 da rodovia BR 020, que liga Brasília ao Nordeste. O evento ainda não foi confirmado pela equipe de campanha, mas se acontecer será algo bem simbólico.

Na fila

Nessa ideia de passar uma ideia de popularidade, depois de reabrir o cercadinho para a imprensa e incentivar visitas de Bolsonaro às feiras livres, a equipe de campanha está estudando a possibilidade de o presidente se deslocar pelo Brasil em voos comerciais. Ele entraria na fila, como qualquer cidadão, para embarcar nos horários das companhias aéreas. Falta a segurança concordar.