Cena Política

Governadores estão querendo mais dinheiro pro ano

Secretários da Fazenda foram pedir compensação para os estados, por causa de projetos que as bancadas estaduais, deles mesmos, aprovaram. E o povo paga.

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Igor Maciel

Publicado em 19/08/2022 às 15:45
Análise
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A visita de secretários da Fazenda ao Senado, preocupados com a queda na arrecadação por causa das benesses eleitorais aprovadas no Congresso, com o objetivo de ajudar Jair Bolsonaro (PL), é um exemplo bem claro das consequências do populismo no Brasil.

Todos esses secretários que estiveram com o presidente do Senado Rodrigo Pacheco têm (ou deveriam ter) influência sobre suas bancadas federais.

Alguns tentaram (outros nem se arriscaram) convencer seus deputados de que a aprovação de propostas com a da PEC Kamikaze poderiam deixar os estados sem dinheiro para custear Saúde e Educação num horizonte próximo.

Mesmo assim, os deputados aprovaram, porque não quiseram arriscar estando num ano eleitoral a votar uma medida impopular. A conta, alguém paga depois.

E não é surpresa que setores essenciais da sociedade vão pagar pelos próximos anos.

Não é surpresa que o contribuinte acabará bancando também a compensação.

Basicamente, a base do governo, capitaneada por Bolsonaro e Arthur Lira (PP), usou o ano eleitoral como chantagem para que as medidas fossem aprovadas.

Os deputados, inclusive os de oposição, cederam e votaram a favor, com a certeza de que, depois, bastaria os secretários da Fazenda dos estados colocarem Saúde e Educação como reféns para que mais dinheiro fosse liberado e reequilibrassem as contas.

Nesse jogo de cobrir um santo e descobrir outro, alguém acaba ficando com a conta do pano no fim.

Adivinhe quem é. Você? Acertou!

 

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