Simone Tebet (MDB) foi ao Jornal Nacional com um propósito muito claro: ficar mais conhecida e ser vista como opção à polarização entre Lula (PT) e Bolsonaro (PL), além de ser mais confiável do que Ciro Gomes (PDT). O recado foi dado.
Se o eleitor vai ouvir, em massa, é outra questão, porque as pesquisas têm mostrado que não existe mais espaço para qualquer tipo de incerteza. O percentual de indecisos é mínimo fora do eixo lulismo x bolsonarismo.
Na entrevista ao Jornal Nacional, Tebet mostrou conhecimento sobre o Brasil e defendeu as ações de uma política econômica que se não foi a mais popular, ao menos trouxe o mínimo de equilíbrio fiscal que o país experimentou desde que Dilma Rousseff (PT) nos colocou à beira do precipício.
E atenção, senhores e senhoras petistas, não é mais somente este colunista quem diz que Dilma cometeu erros quando mexeu na economia para se reeleger. Esta semana, um tal de Lula admitiu o mesmo.
Preparo
Dos candidatos ouvidos em toda esta semana de sabatinas, Simone Tebet é, de longe, a mais preparada e a mais apta para consertar o país com responsabilidade, sem medidas populistas, sem prometer milagres, sem jogar para uma plateia que hoje mal come arroz que ela vai “comer picanha e tomar cerveja” e que isso não terá consequências futuras para a nossa saúde fiscal.
O melhor candidato e o mais preparado em 2018 era Henrique Meirelles (MDB). Ainda melhor que ele teria sido manter Temer por mais quatro anos. Mas, o brasileiro sempre precisa de salvação e esquece o básico: só precisa ser salvo quem toma decisões erradas.
As decisões erradas lideram essa eleição.
Jarbas Vasconcelos
O senador Jarbas Vasconcelos (MDB) foi um dos exemplos usados pela candidata para "apresentar o seu time". Garantiu que não vai governar com aqueles que tenham envolvimento em corrupção. Lembrou que líderes do seu partido chegaram a tentar "puxar seu tapete", mas resistiu e vai até o fim, porque tem apoios de nomes fortes, tradicionais e honrados como o pernambucano. Quando foi questionada sobre setores do partido que ainda não a apoiam em nove estados e no DF, disse que "se tiver um caixote e um microfone, fará campanha".
Em Pernambuco
O primeiro programa eleitoral da campanha de 2022 chamou mais atenção pelo que não teve do que pelas presenças. É impressionante que, com a facilidade tecnológica de hoje em dia, com a possibilidade de fazer vídeos de alta qualidade até com o celular, tantos partidos não tenham conseguido mandar o material de seus candidatos. Isso sem falar na quantidade de dinheiro que cada sigla recebeu.
Se a tela azul do Tribunal Superior Eleitoral fosse candidata, teria garantido muitos votos ontem.
Outras duas ausências que chamaram a atenção foram as do ex-prefeito do Recife Geraldo Julio (PSB) e do governador Paulo Câmara (PSB) no programa de Danilo Cabral (PSB). O socialista tem o maior espaço no guia. Foram mais de quatro minutos. Houve espaço para Lula (PT) e João Campos (PSB), houve espaço para Eduardo Campos. E, pra não dizer que Paulo não apareceu em nenhum momento, as imagens o mostram de relance, num evento com Lula, com metade do rosto escondido atrás do braço de Danilo. Mais simbólico, impossível.
O sumiço é estratégico, é verdade. E, esqueçamos o eleitor neste momento, que poderá fazer o juízo de valor que bem entender, mas é desrespeitoso com Paulo e com Geraldo.
Bem antes de começar a campanha, a coluna questionou se o PSB iria esconder o governador e o ex-prefeito e argumentou que isso seria injusto porque ambos cumpriram o papel que lhes foi imposto pelo próprio partido, para agora serem sacrificados e descartados.
Tela azul
No caso da tela azul da Justiça Eleitoral, imagina-se que os candidatos faltosos vão fazer ao menos alguma “selfie” e mandar nos próximos programas em respeito ao eleitor. Paulo e Geraldo também merecem algo, nem que seja uma selfie.
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