Marília Arraes e o drama da rejeição. No evento com Lula ela pode ficar ao lado do PSB
Uma dúvida era se Paulo Câmara (PSB) estaria por lá e ele confirmou que marcará presença, sim. Haverá foto?
A pesquisa Ipec indica que Marília Arraes (SD) tem um problema sério para administrar: a rejeição.
Enquanto o percentual de eleitores que dizem não votar em Raquel Lyra (PSDB) de jeito nenhum alcança 18%, a candidata do Solidariedade chega a 32% de rejeição. É quase o dobro.
Numa campanha curta de segundo turno, faltando pouco mais de duas semanas para a votação, o esforço para reverter algo assim é considerável.
Fora isso, o Ipec ainda trouxe o dado da “possibilidade”, também ruim para a deputada. Apenas 16% dos eleitores dizem quem ainda poderiam votar nela. No caso da ex-prefeita de Caruaru, esse índice é de 21%.
Já a taxa de certeza do eleitor que declara voto em Raquel e em Marília é equivalente. A tucana tem 50% e 44% acreditam que não mudarão de opinião. A adversária tem 42% no geral e 36% dizem que não mudam mais o voto. Iguais em 6 p.p. de diferença.
Paulo Câmara
Na briga para melhorar sua própria rejeição, Marília terá um grande desafio nesta semana: evitar Paulo Câmara (PSB).
A cúpula do PSB pernambucano já indicou que estará no evento de Lula (PT) no Recife. Ao que parece, não se trata de uma agenda do ex-presidente com Marília. Na verdade, a organização é do PSB. Marília estará lá, e deve estar, como uma “convidada de honra” e, claro, “candidata do grupo”.
Por causa da saia justa, ninguém sabia explicar direito qual seria o formato até o feriado da quarta-feira (12). Uma caminhada, uma carreata, um palanque com discurso? Quem ficará ao lado de quem?
Uma dúvida era se Paulo estaria por lá e ele confirmou que marcará presença, sim.
Não há como negar a força do PSB na chapa de Lula, já que o vice é o neossocialista Geraldo Alckmin (PSB). O papel de destaque cabe ao partido contra o qual a candidata tanto brigou.
Se ela evitar a foto com os socialistas isso chamará atenção, como um “fingimento de distância”, mas se estiverem todos juntos, a rejeição das últimas gestões locais pode alcançá-la. Não está fácil.
Agora pode
Marília, inclusive, já mudou o discurso em relação ao PSB. Menos de 24h após o resultado do primeiro turno, na Rádio Jornal, em sabatina que incluiu este colunista, a candidata afirmou que jamais "se juntaria ao PSB". Esta semana, participando de outra sabatina, dessa vez na Rádio Folha, tudo mudou.
Marília avaliou que já subiu no mesmo palanque que o PSB em 2018 por Haddad (PT) e não teria restrição a fazer isso de novo.