Lula vem a Pernambuco buscar o que já tem e Bolsonaro tentar o que não teve
O presidente e o ex-presidente estão esta semana no Recife.
Ao contrário do que se imaginava, Lula (PT) não limitou o segundo turno a buscar votos em estados mais equilibrados, onde precisava buscar vantagem. O petista está seguindo um roteiro para ampliar a votação no Nordeste. Em Pernambuco, onde estará nesta sexta-feira (14), o petista passou de 65%.
Da mesma forma, Bolsonaro (PL) não abandonou estados do Nordeste, onde tem votação mais baixa. Nesta quinta-feira (13) foi ele quem visitou Pernambuco.
No caso do atual presidente, há uma possibilidade de ele conseguir crescer sua votação. A campanha que busca a reeleição entende que, apesar de toda a campanha dos governadores do Nordeste contra Bolsonaro, ele ainda conseguiu ganhar 1,3 milhão de votos a mais do que em 2018 na região.
Como precisa muito de novos votos para ultrapassar Lula, o presidente está vindo buscar no lugar que há pouco tempo era considerado improvável de ele conseguir algum apoio extra. Depois que passou o primeiro turno e muitos deputados ligados à direita foram eleitos, o sentimento de que algo mais pode sair daqui para ajudar na reeleição cresceu.
Em Pernambuco, o candidato mais votado para a Câmara Federal é bolsonarista e o mais votado para a Assembleia Legislativa também. Com o fim da primeira parte da campanha, Miguel Coelho (UB), que disputava o governo e não pedia votos para o presidente, declarou voto em Bolsonaro. Outros eleitos, como Mendonça Filho (UB) também declararam voto em Bolsonaro para o segundo turno.
A campanha bolsonarista acredita que pode absorver votos que estavam com Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT) no primeiro turno, no Nordeste. Também havia uma preocupação em aumentar a votação com os evangélicos, por isso ele recebeu pastores durante a passagem pelo Recife.
Diferente do que se imaginava, poucas pessoas estiveram na Avenida Boa Viagem para ver o presidente, mas o objetivo dele era o atacado, com os evangélicos e as lideranças políticas, e não o varejo com o povo na rua.