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Cena Política

Cena Política: O declínio da qualidade legislativa e os tucanos sem plano de voo nacional

Confira a coluna Cena Política desta terça-feira (22)

Igor Maciel
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Igor Maciel
Publicado em 22/11/2022 às 0:01 | Atualizado em 24/11/2022 às 12:50
MARCELLO CASAL JRAGÊNCIA BRASIL
PRECAUÇÃO Governo do DF bloqueará Esplanada e acesso ao STF - FOTO: MARCELLO CASAL JRAGÊNCIA BRASIL
Leitura:

Não existe espaço para pensar numa cabeça ocupada com a guerra. Não existe espaço para discussões importantes em um legislativo formado pela guerra. Infelizmente, a última eleição foi baseada na argumentação entre o nada e o coisa nenhuma das vontades apaixonadas de cada eleitor, todas transformadas em batalhas.

Não se trata de uma lamentação tardia pela qualidade das campanhas. Isso já foi feito aqui bem antes do resultado e nunca mudou a direção do barco, nem tinha a pretensão. Trata-se de um inventário do resultado eleitoral.

E se você entende inventário como algo feito após a morte de alguém, não está de todo errado. Morreu o legislativo que discutia soluções para problemas dos estados e do país.

Teremos um legislativo que discutirá o tamanho do problema dos adversários e as vantagens que podem levar com essa discussão. O perfil dos deputados que assumem em 2023 é uma tragédia, com todo respeito aos bons deputados eleitos, porque alguns poucos são.

Mas, é uma tragédia daquelas que não se saneiam em pouco tempo, semelhante aos rescaldos de guerra. Nos últimos anos foram embora parlamentares com perfil ético, famosos por bons discursos, lemes do Congresso. O leitor deve lembrar de muitos, alguns inclusive eram pernambucanos.

Um remanescente ainda é o senador Jarbas Vasconcelos (MDB), mas sua atuação já não encontra espaço na Casa. Tasso Jereissati (PSDB) é outro, mas que também parece já preparar a aposentadoria.

Devem ter o mesmo destino de Pedro Simon (MDB) que perdeu espaço em 2015 após mais de 30 anos no Senado. Cristovam Buarque, com trabalho marcado pela defesa da Educação, foi outro prejudicado nessas últimas ondas de debilidade crítica eleitoral. Antes deles, Marco Maciel também perdeu espaço quando a qualidade deixou de ser requisito para ocupar uma cadeira no Congresso.

Regional também

Nas assembleias legislativas, esta última eleição prejudicou um setor importante da economia pernambucana. O polo de confecções do Agreste ficou sem nenhum representante. Na hora de ir à urna, o eleitor priorizou aqueles que estavam em guerra defendendo Lula (PT) ou Bolsonaro (PL), independente de seus currículos ou de suas defesas.

Caruaru, Santa Cruz do Capibaribe e Toritama perderam todos, absolutamente todos os seus representantes na Alepe comprometidos com essas questões regionais. Dois venceram, mas traduzem a mudança de perfil. Rosa Amorim (PT) é de Caruaru, mas sua luta é pelo MST. Abimael Santos (PL) é de Toritama, mas o discurso de campanha foi só a defesa de Bolsonaro. Se fizerem algo diferente, será bom, mas será surpresa.

Enquanto isso, José Queiroz (PDT), Erick Lessa (PP), Tony Gel (PSB), Diogo Moraes (PSB), Edson Vieira (UB), todos dessa região, tiveram sua permanência (ou a volta, no caso de Edson) sustadas. Quando surgirem problemas no Polo de Confecções (e eles são frequentes), no futuro, a população vai olhar para o Legislativo e não encontrar ninguém.

Gritar por Lula ou por Bolsonaro não vai adiantar.

 

Futuro?

O PSDB tem um sério problema de ambição com o futuro para administrar. Para não melindrar ninguém, a executiva nacional do partido libera todos para fazerem o que quiserem. Nas eleições, isso era estratégico e garantiu as únicas vitórias da sigla em governos estaduais, incluindo Pernambuco.

Mas, na projeção para os próximos anos, a impressão é que o plano será continuar sem ter plano. Não é situação, não é oposição e sempre a favor do muito pelo contrário. É cada vez mais urgente que Eduardo Leite (PSDB) assuma o comando do partido como vem sendo estudado, com participação de Raquel Lyra (PSDB).

Os tucanos, mal acostumados com o protagonismo nacional de antes, viraram “nanicos com reminiscências”, o que não leva ninguém a lugar nenhum.

Parceiros

A volta de Gilson Machado (PL) à Embratur foi uma boa notícia para o prefeito de Caruaru, Rodrigo Pinheiro (PSDB). O gestor municipal tem boa interlocução com o ex-ministro e já vinha empenhado em conseguir recursos relacionados ao setor.

Há alguns dias, o prefeito esteve em Brasília, conversando com o atual ministro Carlos Brito e com o então presidente da Embratur, Sílvio Nascimento. Gilson também estava presente.

Foram investidos recursos na área de infraestrutura do Turismo local e há previsão de mais verbas até o fim do ano.

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