Cena Política

Transição de Raquel Lyra precisa começar a apontar para o futuro, além dos "ofícios enviados"

Passados quase 30 dias da eleição, foco da equipe foi levantar números. É importante, mas precisa apresentar diretrizes.

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Igor Maciel

Publicado em 29/11/2022 às 15:16
Análise
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Quase 30 dias após a eleição em Pernambuco, a maior notícia gerada pela equipe de transição até o momento foi a quantidade de ofícios enviados à gestão Paulo Câmara (PSB) buscando informações sobre o funcionamento do governo.

É essencial, mas é pouco.

Não é necessário lembrar que Raquel Lyra (PSDB) foi eleita sob expectativa de um grande choque de gestão. Neste objetivo específico, a equipe competente, mas resumida aos técnicos em áreas sensíveis do governo, fica impossibilitada de mostrar serviço.

Há muito levantamento de informações e quase nada apontando para o futuro. Nos bastidores, promete-se um reforço da transição, com figuras ligadas a setores específicos que podem contribuir com a construção de diretrizes. Mas, nada até agora. E já se vão 30 dias.

Em pouco tempo será Natal, acaba o ano, e o período que deveria ser de imaginar o futuro passará sem qualquer novidade.

É preciso entregar à população respostas para as necessidades que encontram a rotina da população. Por exemplo, diante dos frequentes assaltos na orla de Boa Viagem e Piedade, como o novo governo pretende atuar? Raquel é conhecida por ter sido delegada da Polícia Federal, um delegado da PF vai assumir a Secretaria de Defesa Social, como era comum nas gestões de Eduardo Campos? Haverá alguma nova estratégia na área de Segurança Pública para dar tranquilidade aos pernambucanos?

Que tipo de modelo de gestão na Saúde será adotado? É preciso consertar o teto do Hospital da Restauração, mas também explicar aos usuários do SUS como será o atendimento em 2023. O uso de OSS, as Organizações Sociais de Saúde, será mantido nos mesmos moldes? O novo governo acredita que ele é viável ou vai mudar?

Qual será a pauta para a Educação?

Qual será a estratégia de atração de empresas para a geração de empregos?

Tudo isso, e muito mais, precisa ser respondido por uma equipe de transição temática, que possa apresentar resultados que extrapolam o importante, mas limitado, “ofícios enviados”. Com uma equipe mais ampla e focada em setores específicos, inclusive, os questionamentos poderiam ser mais amplos e as respostas melhor aproveitadas.

Foi o passado de estagnação que resultou num presente de expectativas para Raquel. Agora, ela precisa apontar para o futuro. E o tempo já é muito curto.

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