Cena Política

Paulo Câmara pode ser beneficiado por anúncios feitos esta semana por Lula

Governador de Pernambuco aguarda para ver se terá espaço dentro do novo governo Lula, em Brasília ou em uma estatal.

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Igor Maciel

Publicado em 13/12/2022 às 17:18
Análise
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O que Messias (ou “Bessias”, como ficou conhecido quando era assistente jurídico de Dilma), Aloizio Mercadante (PT) e Paulo Câmara (PSB) têm em comum para 2023? O futuro de um fala sobre o outro.

É o seguinte: durante reunião de encerramento dos Grupos de Trabalho da transição, nesta terça-feira (13), Lula (PT) confirmou que Jorge Messias será o Advogado Geral da União.

Messias é aquele citado por DIlma Rousseff (PT) quando a então presidente tentava salvar Lula de ser preso nomeando ele para a Casa Civil. Numa ligação, vazada pelo ex-juiz Sergio Moro, ela avisa a Lula que “o Bessias está levando o documento para ele assinar”. Dilma estava gripada e o nome do novo AGU ficou famoso com um “B” no lugar do “M”.

Jorge Messias, como AGU, terá a função de encaminhar as Medidas Provisórias de início de governo, criando uma nova estrutura ministerial e também fazendo modificações em leis. Uma delas é a “Lei das Estatais” que, entre outras coisas, proíbe aos que ocuparam cargos com poder de decisão em partidos políticos de serem indicados para a direção dessas empresas.

Certamente, essa regra vai ser extinta porque Lula já confirmou o nome de Aloizio Mercadante como presidente do BNDES, também nesta terça-feira. Mercadante é da cúpula do PT nacional e não poderia assumir o cargo sob a redação atual da Lei das Estatais, criada no auge da Operação Lava-Jato para coibir o tráfico de influência entre partidos e empresas com participação da União.

Quem também deve se beneficiar com a mudança da lei é o senador Jean Paul Prates (PT), cotado para assumir a Petrobras.

O que Paulo Câmara tem a ver com tudo isso? Como vice-presidente do PSB, Paulo não poderia ser indicado para cargo em uma estatal, que seria a alternativa para a falta de um ministério. O governador de Pernambuco chegou a ter seu nome ventilado para o Banco do Nordeste, mas havia esse impedimento. Agora, não existe mais.

Se ele vai ser indicado para um banco, como se cogitou, é outra história. Mas, a desculpa será extinta.

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